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Lula leva Dilma e Ciro para vistoriar obras
Em Minas, o governador Aécio Neves também participará da visita aos trabalhos de transposição do rio São Francisco
Viagem começa hoje e deve durar três dias; Lula, que vai dormir em acampamentos do Exército, tenta mostrar que projeto não está parado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Acompanhado por três pré-candidatos ao Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
dá hoje início a três dias de visita às obras de transposição do
rio São Francisco. A ministra
da Casa Civil, Dilma Rousseff
(PT), e o deputado Ciro Gomes
(PSB-SP) participarão de todo
o roteiro, que inclui Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
Já o governador Aécio Neves
(PSDB) receberá a comitiva hoje em Minas: "Sempre terei
com o presidente conversas extremamente republicanas, até
porque mantenho com ele relações pessoais que estarão preservadas, independente dos
campos políticos", disse Aécio,
acrescentando que a situação
política "não tira a fidalguia e a
capacidade de conversar".
Convidado por Lula, Ciro
viajou ontem para Brasília para
integrar a comitiva. A participação do deputado foi confirmada por sua assessoria. A comitiva visitará seis trechos das
obras e dormirá duas noites em
acampamentos do Exército, no
sertão de Pernambuco.
Obra em andamento
Além de apresentar a região a
Dilma, Lula quer mostrar que
as obras estão andando após
paralisações decorrentes de fiscalização do Tribunal de Contas da União, exigências ambientais, disputa judicial de
empresas envolvidas na licitação e regularização fundiária
para indenizar desapropriados.
Estimada em R$ 5 bilhões, a
obra foi dividida em 14 lotes. A
comitiva dormirá no lote 11 do
eixo leste, o trecho mais avançado, com 38,3 % da obra executada. Hoje, após passagem
por Pirapora e Buritizeiro, em
Minas, ela visita pontos de dragagem em Barra (BA). Não está
previsto encontro de Lula com
o bispo dom Luiz Flávio Cappio, que fez duas greves de fome
contra a transposição.
Das cerca de 8.000 pessoas
que trabalham nas obras, o presidente quer encontrar, entre
cerimônias e visitas, 5.000.
"Essa obra sempre teve um impedimento por discussões políticas, divergências entre os Estados doadores e os receptores,
e nós tomamos uma decisão de
construir um projeto", disse
Lula no programa semanal de
rádio "Café com o Presidente".
Além de Dilma, estão na comitiva os ministros Geddel
Vieira Lima (Integração Nacional), Carlos Minc (Meio Ambiente) e Franklin Martins
(Comunicação Social) e cinco
governadores.
(SIMONE IGLESIAS E CATIA SEABRA)
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