São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2003 |
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PAINEL Carga pesada Objeto de recente especulação, a idéia de usar a reforma ministerial para enxugar um pouco o primeiro escalão e assim conferir mais dinamismo ao governo não deverá vingar. O Planalto já reconhece ser impossível agregar aliados e ao mesmo tempo reduzir o número de pastas. Desemprego zero Lula decidiu que nenhum ministro do PT sairá da Esplanada para a fila do seguro-desemprego. Na avaliação do presidente, todos ajudaram o partido a chegar ao poder e agora não podem ser simplesmente descartados. Carreira alternativa Olívio Dutra, por exemplo, poderá trocar o Ministério das Cidades por uma assessoria especial no Palácio do Planalto. Para Benedita da Silva deverá ser reservada alguma representação diplomática. Caso se veja obrigado a voltar ao Senado, Cristovam Buarque terá o status de líder da bancada petista. Corrente de fé Inconformados com a avaliação de que apenas a amizade do presidente ainda segura Olívio Dutra no cargo, assessores do ministro das Cidades lançaram na internet texto com elogios à sua trajetória política. Pedem que a mensagem seja distribuída como forma de protesto contra a eventual saída de Olívio. Padrinho solitário As duas alas do PL na Câmara -lideradas respectivamente por Valdemar Costa Neto (SP) e pelo Bispo Rodrigues (RJ)- uniram-se para pedir a saída de Anderson Adauto. A chance de sobrevivência do ministro dos Transportes reside no apoio do vice-presidente José Alencar. Operação resgate Autorizado pelo líder Renan Calheiros, Pedro Simon (RS) iniciou operação destinada a levar Paulo Paim (RS) para o PMDB. A reforma da Previdência agravou o contencioso do senador petista com seu partido. Dupla jornada Em decisão inédita, a Justiça de Goiás reconheceu vínculo empregatício entre um policial militar e uma instituição privada -shopping de Anápolis onde ele fazia "bico". O juiz avaliou que o contrato, assinado por oficial do batalhão, traz indícios de improbidade administrativa. Abracadabra Na sentença, o juiz Rogerio Neiva Pinheiro diz que a PM de Goiás, ao intermediar serviços de vigilância armada a particulares, "imaginou ter encontrado fórmula mágica para resolver o grave problema dos baixos salários dos policiais". O governo de Goiás não se manifestou. Só por milagre Credores enviaram ao edifício-sede da Polícia Federal, em Brasília, cartas de cobrança que trazem anexadas imagens de Santo Expedito, protetor dos endividados. As dívidas do órgão são de aproximadamente R$ 38 milhões -R$ 2 milhões apenas para a empresa telefônica local. Saia justa A comitiva da Anistia Internacional saiu contrariada do encontro com Márcio Thomaz Bastos (Justiça), anteontem, no qual o ministro teria dito que os 24 assassinatos de índios em 2003 são resultado de "conflitos internos". ONGs do setor apontam homicídios em disputas de terras como o principal fator. Visitas à Folha Cecilia Soto González, embaixadora do México no Brasil, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebida em almoço. Estava acompanhada de Salvador Arriola, cônsul-geral do México em São Paulo, e de Maria Eugenia Roncal, adida de imprensa da embaixada. Custódio Pereira, diretor-presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Arnaldo Cersossimo, gerente de desenvolvimento institucional. TIROTEIO Do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), sobre decisões das quais o governo teve de recuar, como a suspensão do pagamento de aposentadorias aos nonagenários e o veto que impediu o acesso de instituições de excepcionais ao Fundef: -O governo Lula criou o xaxado cívico: dá dois passos para a frente e dois passos para trás. CONTRAPONTO O Exército e o resto
No início de 1974, durante o
processo de montagem de seu
ministério, Ernesto Geisel teve
de decidir se manteria ou não à
frente da pasta do Exército seu
irmão Orlando, ministro de
Emílio Medici e um dos homens
fortes do governo. |
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