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Dona de celular
afirma que não
conhece petista
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A atriz Ana Paula Cardoso
Vieira, 26, dona do telefone
celular que, segundo a Polícia Federal, foi utilizado por
Hamilton Lacerda, ex-assessor do senador Aloizio Mercadante (PT), na negociação
do dossiê eleitoral contra o
PSDB, disse ontem que não
conhece o petista nem autorizou a habilitação de um
aparelho no nome dela.
Rastreamento feito pela
Polícia Federal revelou que o
celular em nome da atriz fez
15 chamadas e recebeu outras 13 de pessoas envolvidas
na compra do documento.
Essas ligações telefônicas
ocorreram um dia antes de o
petista Valdebran Padilha e o
ex-policial Gedimar Passos
serem presos no hotel Ibis,
em São Paulo, com R$ 1,7 milhão em dinheiro.
No dia da prisão, 15 de setembro, o celular habilitado
em nome de Ana Paula foi
utilizado para fazer 16 ligações para pessoas investigadas pela polícia, inclusive para Gedimar. Recebeu na
mesma data outros cinco telefonemas de suspeitos.
Ontem, em depoimento à
Polícia Federal de São Paulo,
Ana Paula negou ter participado de qualquer operação
para a compra do dossiê contra candidaturas tucanas,
disse não ser filiada a partido
político nem conhecer os envolvidos no escândalo.
Ana Paula, que é atriz de
peças teatrais e sócia de uma
empresa de produção de
eventos em São Paulo, depôs
na condição de testemunha.
Se ficar comprovado que o
celular realmente foi utilizado indevidamente pelo ex-assessor de Mercadante, Lacerda poderá ser processado
por crime de falsificação de
documento particular, previsto no artigo 298 do Código
Penal, com pena de um a cinco anos de reclusão e multa.
Cópia do depoimento da
atriz foi enviada ontem ao
delegado Diógenes Curado,
da Polícia Federal de Cuiabá
(MT), que preside a investigação do caso dossiê.
Lacerda afirma que negociou o dossiê, sem o conhecimento do senador, mas que
desconhece a origem do dinheiro apreendido pela PF.
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