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Ideli cobra de Lula mais atenção ao
Senado e espaço para PT no governo
Líder da bancada diz que Lula só teve uma reunião com os senadores petistas
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Líder do PT no Senado, Ideli
Salvatti (SC) reclamou ontem
de suposta falta de atenção do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva com a Casa, o que não
contribuiria para contornar
crises, e reivindicou para o partido cargos "estratégicos" na
composição do novo governo.
Após reunião da bancada do
PT no Senado na semana passada, Ideli pediu ao chefe-de-gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, que marcasse um
encontro de Lula com os senadores do partido.
"A reivindicação é que ele
nos ponha na agenda. Em quase quatro anos o presidente Lula esteve uma única vez com a
bancada do PT no Senado", disse a senadora, referindo-se a
um jantar em dezembro de
2004 na casa do então líder do
governo, Aloizio Mercadante.
A líder do PT reclamou da relação do presidente com os senadores, inclusive com os de
oposição. "O Senado tem uma
constituição diferente da Câmara e o presidente não dá o
tratamento necessário para o
arrefecimento das crises. Muitas vezes bastaria um telefonema que metade da crise estaria
resolvida", afirmou.
Ao contrário da Câmara, o
governo não tem maioria confortável no Senado. Essa correlação de forças deve ficar ainda
mais estreita no próximo ano.
Ao reclamarem da atenção dispensada pelo presidente Lula à
Casa, senadores costumam dar
o exemplo de Fernando Henrique Cardoso, que costumava ligar para os parlamentares.
Assim como a bancada do PT
na Câmara, que decidiu disputar espaço político no segundo
mandato de Lula, Ideli defendeu ontem que a sigla mantenha postos considerados estratégicos no governo. "Não acho
que a gente tenha que brigar
por ocupação de espaço de forma aritmética. Alguns postos
são estratégicos e é natural que
fiquem com o PT", disse.
Ideli também quer de volta a
liderança do governo no Senado, ocupada pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). "A
bancada do PT no Senado pleiteia humildemente a volta da liderança do governo para o PT."
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