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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Renan 2, a largada
Se restava alguma dúvida de que Jefferson Péres
(PDT-AM) pedirá hoje a cassação de Renan Calheiros
(PMDB-AL), ela foi dirimida ontem diante do tratamento duro, quase inquisitorial, dispensado pelo relator ao governador Teo Vilela (PSDB-AL) e ao empresário Nazário Pimentel, últimas testemunhas de
defesa de Renan no caso do suposto uso de de laranjas
para compra de veículos de comunicação.
Com a leitura do relatório, alguns senadores se dedicarão a articular um movimento pela declaração
aberta do voto em plenário neste segundo processo
contra o presidente licenciado. Seria um paliativo, já
que o voto aberto não foi aprovado a tempo. Em caso
de declaração falsa, também o parlamentar estaria sujeito a processo por quebra de decoro.
Oferta. O senador Cesar
Borges (PR-BA) fez chegar à
direção do DEM a seguinte
proposta: vota contra a
CPMF, ou deixa de votar, se a
sigla desistir de pleitear seu
mandato de volta na Justiça.
Cabresto. A indefinição sobre o voto de Expedito Filho
(PR-RO), ameaçado pela Justiça Eleitoral, obrigou o ministro Alfredo Nascimento
(Transportes) a entrar no jogo. Prometeu liberar emendas ao correligionário em troca de seu apoio à CPMF.
Campo fértil 1. Ainda
sem todos os votos da base, o
governo tenta garimpar
apoios à CPMF na oposição.
Os tucanos Eduardo Azeredo
(MG) e Lúcia Vânia (GO) e os
"demos" Jayme Campos
(MT), Jonas Pinheiro (MT) e
Rosalba Ciarlini (RN) estão
no topo das prioridades.
Campo fértil 2. Azeredo
aguçou a esperança governista ao viajar para Nova York e
não votar na CCJ. Rosalba
vem sendo afagada diariamente. Ontem, conversava
animada com Roseana Sarney
(PMDB-MA) no cafezinho.
Foco. Uma das medidas incluídas no acordo entre governo e PMDB tem como foco
os senadores ligados aos ruralistas, como os mato-grossenses Campos e Pinheiro: a renegociação da dívida rural. A
idéia é a dar a eles discurso para que se contraponham à
orientação partidária.
Pés pelas mãos. Líderes
governistas foram unânimes
em apontar o culpado pela declaração contra a CPMF de
Pedro Simon (PMDB-RS).
Acham que Valdir Raupp
(PMDB-RO) foi inábil ao dizer que o decano havia pedido
para ser substituído por não
saber como votar, o que levou
à dura cobrança feita por Arthur Virgílio (PSDB-AM).
Modos de usar. Raupp,
expoente da tropa de choque
de Renan no primeiro processo, é hoje o candidato do peito
de José Sarney (PMDB-AP) à
presidência do Senado. Na
bancada, mesmo adversários
observam que o senador é
"pouco anguloso". Ou seja, se
encaixa com facilidade nos interesses de diversos colegas.
Ebulição 1. Rompido com
Yeda Crusius, o vice Paulo
Feijó (DEM) aproveita escândalo recém-descoberto no
Detran gaúcho para bombardear o "tarifaço" que a tucana
tenta aprovar na Assembléia.
"O governo não pode pedir
aumento de impostos enquanto o dinheiro público escorre pelos ralos da corrupção", escreve em seu blog.
Ebulição 2. Com medo de
derrota no plenário, os aliados de Yeda na Assembléia fizeram de tudo ontem para
adiar a votação do "tarifaço",
marcada para hoje. Mas esbarraram na aliança tática do
bloco PT-PC do B com o
DEM. Agora, resta aos governistas tentar obstruir a sessão
ou aprovar requerimento para retirar o projeto de pauta.
Foice. A disputa pelos diretórios regionais do PT na eleição de dezembro rachou o outrora chamado Campo Majoritário não apenas em São
Paulo mas também na região
Nordeste. No Piauí e no Ceará, os bate-bocas já atingiram
temperatura máxima.
Assim não. O PT vai à Justiça contra a idéia do governo
Serra de ampliar o escopo de
atividades da Sabesp e de outras empresas paulistas da
área. O dispositivo foi incluído na proposta que cria a
agência de saneamento do Estado. Para a oposição, seria
necessário projeto específico.
Tiroteio
"O governo conseguiu assegurar dois
votos contra a CPMF no plenário: os de
Mozarildo Cavalcanti e Pedro Simon.
Foram ambos jogados no colo da oposição."
Do senador JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE), adversário da
prorrogação, sobre a decisão de líderes governistas de retirar os
senadores da CCJ por terem se manifestado contra o imposto.
Contraponto
Conectado
Auxiliares próximos já haviam notado
que Lula se tornou um aficionado do
Google Earth, ferramenta de busca online que permite visualizar países, cidades, ruas e até mesmo edifícios específicos. Ontem foi a vez de um grupo de ministros tomar ciência da novidade. Chamados ao Planalto para discutir o andamento do PAC, eles se revezavam em relatos sobre a execução das obras em suas respectivas áreas
quando o chefe achou por bem fazer um alerta:
-Fiquem sabendo que agora, além da Dilma para cobrar,
eu tenho o Google para conferir o que vocês me dizem!
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