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Assessor preso trabalha para aliado de Renan
Detido na Operação Carranca, Eurípedes Marinho dos Santos atua no gabinete do deputado Joaquim Beltrão (PMDB-AL)
Polícia diz, porém, que ainda não existem provas de que emendas parlamentares foram destinadas às obras sob suspeita em Alagoas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
Preso em Brasília durante a
Operação Carranca, deflagrada
pela Polícia Federal, o assessor
parlamentar Eurípedes Marinho dos Santos é funcionário
lotado no gabinete do deputado
federal Joaquim Beltrão
(PMDB-AL), aliado do presidente licenciado do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL).
A operação prendeu 21 pessoas -uma ontem e as outras
anteontem- suspeitas de fraudes em licitações e desvio de
verbas federais envolvendo
convênios com pelo menos 12
prefeituras de Alagoas.
A polícia diz que ainda não há
provas de que emendas parlamentares foram destinadas às
obras sob suspeita. Segundo a
Folha apurou, a polícia pretende inicialmente centralizar as
investigações sobre as empreiteiras que participaram do esquema, para só depois, com informações dos depoimentos,
apurar se havia desdobramentos do esquema em Brasília.
Uma das empreiteiras investigadas, a Lacerda Engenharia
Ltda., tem ao menos dois contratos com a Prefeitura de Murici, a partir de convênios com a
União, que somam R$ 5,5 milhões. A cidade é administrada
por Renan Calheiros Filho
(PMDB), filho do senador.
O dono da empresa, Ronaldo
Lacerda, está preso. Os contratos se referem a obras de drenagem, construção de um ginásio
e obras de infra-estrutura com
recursos da Funasa.
As investigações da PF apontam que dois funcionários da
CEF (Caixa Econômica Federal) eram peças-chave do esquema. A investigação corre
sob sigilo de Justiça, mas, segundo a Folha apurou, os engenheiros Geraldo Monteiro
de Carvalho e Nelson Tenório
de Oliveira trabalhavam na Gidur (Gerência de Desenvolvimento Urbano) de Alagoas, órgão da CEF responsável por
acompanhar projetos de saneamento e infra-estrutura.
Os engenheiros seriam os
responsáveis por facilitar a liberação de verbas repassadas
pelos ministérios por meio do
banco. Cinco dos ministérios
que teriam convênios sob suspeita (Educação, Cidades, Turismo, Integração Nacional e
Desenvolvimento Agrário) têm
o trabalho de acompanhamento das obras conveniadas feito
pela CEF. A exceção é o Ministério da Saúde, que tem como
fiscais os servidores da Funasa.
A polícia trabalha com a hipótese de que os engenheiros,
suspeitos de corrupção ativa e
passiva, autorizavam parte dos
repasses para conclusão de
obras mesmo diante de irregularidades em sua execução.
De acordo com o delegado da
PF André Costa, responsável
pelas apurações, as empresas
concorrentes se encontravam
antes do resultado para combinar qual delas sairia vencedora
-e as demais empreiteiras ficavam com uma porcentagem
do lucro. Algumas obras eram
superfaturadas ou executadas
com material de qualidade inferior ao definido no contrato,
(ANDRÉA MICHAEL, MATHEUS PICHONELLI e SÍLVIA FREIRE)
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