São Paulo, terça-feira, 14 de dezembro de 2004

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Pesquisadora da Cnen aponta falta de transparência

DA REDAÇÃO

A renovação da INB, em outubro, de sua autorização para explorar urânio na mina de Caetité (BA), apesar de relatório da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), sócia majoritária da INB, que sugeriu a suspensão das atividades, foi criticada pela física e pesquisadora titular da comissão, Rossana Cavalieri Falcão.
"A Cnen não tem procedimentos claros. A coisa é feita de maneira subjetiva. Um técnico diz que não pode, outro diz que pode. E eles [Cnen] acatam o que mais convém", disse Falcão ontem. Em artigo publicado na última sexta no "Jornal da Ciência", da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a pesquisadora disse haver suposta falta de transparência nas decisões da Cnen.
Reportagem da Folha informou anteontem que relatório da Codin (Coordenação de Instalações Nucleares) apontou 25 irregularidades na mina. A Cnen manteve a operação em Caetité com base em estudo da IRD (Instituto de Radioproteção e Dosimetria), também da comissão. Apesar de reconhecer problemas, a IRD concluiu ser possível uma concessão temporária. Os fiscais do primeiro relatório pediram exoneração dos cargos.

Outro lado
O presidente da Cnen, Odair Dias Gonçalves, negou ontem irregularidades na continuidade da exploração de urânio em Caetité. Segundo ele, a decisão de manter a operação na mina foi tomada levando em conta os dois relatórios, e os fiscais da Codin foram consultados.
Sobre o artigo escrito por Rossana Falcão, Gonçalves afirmou que são "opiniões pouco baseadas, sem fatos".


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