DA REPORTAGEM LOCAL

Com resultado muito aquém do esperado, a direção do PT decidiu prorrogar para o final de janeiro o prazo de conclusão da sua campanha de arrecadação de dinheiro junto a militantes, que terminaria ontem. Após um mês de campanha, o partido obteve apenas R$ 706 mil dos R$ 13 milhões que esperava receber em doações.
Nem mesmo os parlamentares cumpriram o combinado com a direção: doar pelo menos R$ 10 mil cada um. Dos mais de 90 petistas com mandato no Congresso Nacional, apenas 16 haviam pago a quantia à direção até ontem.
Muitos alegaram não ter tido tempo de realizar eventos -como jantares com a militância- para conseguir o dinheiro.

Dívidas
O PT recorreu à campanha de arrecadação para tentar aplacar suas dificuldades de caixa. São R$ 50 milhões em dívidas oficiais, contraídas quando Delúbio Soares comandava a tesouraria do partido. Atual secretário de Finanças petista, Paulo Ferreira evita falar na manutenção da meta de R$ 13 milhões em arrecadações com o novo prazo. "A campanha é para resolver problemas emergenciais. Não houve tempo suficiente para organizar os eventos de arrecadação, então resolvemos prorrogar o prazo", disse Ferreira. "Mas, pelo movimento que senti, nesta última semana houve uma aceleração na arrecadação de doações."
Até ontem, apenas 386 petistas haviam feito doações ao partido, que conta com cerca de 820 mil filiados. Para o novo tesoureiro do PT, muitos dos filiados sequer sabiam que a campanha de arrecadação estava sendo realizada.
"Essa campanha vai irrigar o caixa e criar condições mínimas para administrar nossa dívida", afirmou Ferreira. "Só posso sentar para conversar com a Coteminas [empresa do vice-presidente, José Alencar, para quem o partido deve cerca de R$ 12 milhões] quando tiver essa condição mínima", completou.


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