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Alencar e Marinho apóiam crítica do PT à atual política econômica
EDUARDO SCOLESE
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O vice-presidente da República,
José Alencar, e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, saíram ontem em defesa do teor da resolução do Diretório Nacional do PT
que pede mudanças imediatas na
política econômica do governo.
Marinho foi além. Em entrevista após solenidade no Palácio do
Planalto, apoiou as declarações
feitas um dia antes pelo colega
Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), quando falou em "desânimo", e disse que a decisão de
hoje do Banco Central acerca dos
juros é "importantíssima" para
que o país possa crescer no ano
que vem. Marinho também citou
reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), amanhã, na
qual está em pauta a TJLP (taxa de
juros de longo prazo).
"A resolução do PT não tem
problema nenhum. Não vamos
fazer marola com isso. Nós necessitamos colocar o ritmo da economia num crescimento maior do
que está neste momento. Portanto essas decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) e do
CMN serão importantíssimas para responder a essa expectativa do
partido, da sociedade e da economia brasileira", afirmou o ministro do Trabalho.
Marinho, ao tratar do tema, defendeu o ministro do Desenvolvimento, que anteontem disse que
"há um senso de desânimo que
afeta as iniciativas no país".
"Evidentemente essas decisões
dessa semana são importantíssimas. O que o ministro Furlan quis
se referir é em relação ao ânimo
do mercado, da indústria, da economia brasileira. E que nós precisamos trabalhar em sintonia com
isso", afirmou o ministro do Trabalho, que diz acreditar num crescimento de 5% da economia no
ano que vem.
Pela manhã, Alencar também
tratou do tema. Após evento no
Grupamento de Fuzileiros Navais
de Brasília, o vice-presidente e
ministro da Defesa primeiro ironizou uma suposta demora do PT
para se manifestar sobre taxas de
juros e metas de superávit primário. "Eu comecei antes [a criticar a
política econômica]", afirmou o
vice-presidente, antes de completar: "Há uma conscientização nacional [sobre o tema]".
Para Alencar, Lula tem outras
responsabilidades no Palácio do
Planalto e não deve se prender a
esse tipo de cobrança. "O presidente obviamente é um homem
que está cuidando das responsabilidades dele. Ele não tem que estar, obviamente, acompanhando
uma idéia minha e de quem quer
que seja", declarou.
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