São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

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Alencar e Marinho apóiam crítica do PT à atual política econômica

EDUARDO SCOLESE
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O vice-presidente da República, José Alencar, e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, saíram ontem em defesa do teor da resolução do Diretório Nacional do PT que pede mudanças imediatas na política econômica do governo.
Marinho foi além. Em entrevista após solenidade no Palácio do Planalto, apoiou as declarações feitas um dia antes pelo colega Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), quando falou em "desânimo", e disse que a decisão de hoje do Banco Central acerca dos juros é "importantíssima" para que o país possa crescer no ano que vem. Marinho também citou reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), amanhã, na qual está em pauta a TJLP (taxa de juros de longo prazo).
"A resolução do PT não tem problema nenhum. Não vamos fazer marola com isso. Nós necessitamos colocar o ritmo da economia num crescimento maior do que está neste momento. Portanto essas decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) e do CMN serão importantíssimas para responder a essa expectativa do partido, da sociedade e da economia brasileira", afirmou o ministro do Trabalho.
Marinho, ao tratar do tema, defendeu o ministro do Desenvolvimento, que anteontem disse que "há um senso de desânimo que afeta as iniciativas no país".
"Evidentemente essas decisões dessa semana são importantíssimas. O que o ministro Furlan quis se referir é em relação ao ânimo do mercado, da indústria, da economia brasileira. E que nós precisamos trabalhar em sintonia com isso", afirmou o ministro do Trabalho, que diz acreditar num crescimento de 5% da economia no ano que vem.
Pela manhã, Alencar também tratou do tema. Após evento no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília, o vice-presidente e ministro da Defesa primeiro ironizou uma suposta demora do PT para se manifestar sobre taxas de juros e metas de superávit primário. "Eu comecei antes [a criticar a política econômica]", afirmou o vice-presidente, antes de completar: "Há uma conscientização nacional [sobre o tema]".
Para Alencar, Lula tem outras responsabilidades no Palácio do Planalto e não deve se prender a esse tipo de cobrança. "O presidente obviamente é um homem que está cuidando das responsabilidades dele. Ele não tem que estar, obviamente, acompanhando uma idéia minha e de quem quer que seja", declarou.


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