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Crise atinge Ministério Público do DF
Depoimento liga procurador-geral e promotora a acusados no panetonegate
Ambos foram citados em depoimento por Durval Barbosa, o delator do esquema, que afirmou que Arruda prestava favores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depoimento que liga o procurador-geral de Justiça do
Distrito Federal, Leonardo
Bandarra, e uma promotora,
Deborah Guerner, a acusados
de envolvimento no mensalão
do DEM causou uma crise no
Ministério Público de Brasília.
Responsável pelas acusações
de que o governador José Roberto Arruda (ex-DEM) mantinha um esquema de distribuição de propina a aliados, Durval
Barbosa disse em depoimento à
Polícia Federal que o governador teria, em 2007, prestado favores ao procurador e à promotora, entre eles debelar acusações de corrupção que circulariam contra os dois na internet.
Reportagem da revista "Época" desta semana traz conteúdo
de troca de e-mails na rede interna do Ministério Público do
Distrito Federal ocorrida logo
após o estouro do escândalo, no
final de novembro.
Em um deles, relata a revista,
Bandarra divulgou na intranet
uma nota em que desqualifica
as acusações, afirmando que
elas se devem a seu "empenho
pessoal" em investigações que
tornaram Barbosa réu.
Na mesma nota, Bandarra
diz que a promotora Deborah
Guerner e seu marido, Jorge
Guerner, não têm nem tiveram
autorização para tratar de nenhum assunto em seu nome.
Uma das acusações de Barbosa dá conta de que um sócio do
marido da promotora não teve
cobrada dívida com o BRB
(Banco de Brasília) após chantagear Arruda com o vídeo em
que o governador aparece recebendo um maço de notas. Esse
vídeo teria sido repassado ao
chantagista pela promotora.
Ainda de acordo com a revista, Deborah respondeu a Bandarra em tom de ameaça, no dia
seguinte, também por meio de
e-mail na intranet do órgão.
"Vai me deixar sozinha na
banguela? Dessa vez, não vou
ficar calada aguentando tudo
como improba para não macular sua honrada pessoa."
A troca de e-mails teria levado um outro promotor, Jairo
Bisol -que é de ala que se opõe
internamente a Bandarra-, a
pedir investigação interna.
À revista a promotora negou
as acusações de envolvimento
com os citados no esquema.
Bandarra não se pronunciou.
A assessoria do Ministério
Público, em manifestação anterior à publicação da reportagem, havia dito que se trata de
uma tentativa de Barbosa de
desmoralizar quem o investiga.
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