São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 2006

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Alckmin diz que apoiará Serra se não concorrer

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, admitiu ontem a disposição de apoiar a candidatura do prefeito de São Paulo, José Serra, caso seja ele o escolhido do PSDB para concorrer à Presidência da República. Alckmin, no entanto, concordou que sua candidatura tem menor custo político -em comparação às amarras de Serra- e defendeu que esse critério seja levado em conta no processo de escolha do partido.
Ele sugeriu que o partido "olhe para o futuro" para tomar sua decisão. decisão. E, mais uma vez, recomendou aos tucanos a "sandália da humildade".
"Claro que sou candidato. Se amanhã, o partido entender que o candidato é outro, não vou deixar de apoiar. Agora, não é essa questão. Temos que escolher o candidato, primeiro, olhando no futuro. Se for escolher candidato só para lutar com o PT, eleição não vai ser fácil, não. Quem acha que a escolha do candidato do PSDB já é para pôr a faixa está enganado. Sandálias da humildade. Sandálias da humildade", sugeriu.
Para Alckmin, essa eleição será "menos da fofoca, e mais de programa". Segundo ele, é preciso discutir redução de taxa de juros e carga tributária.
Ao responder se concordaria com o acordo proposto pelos tucanos para que o postulante preterido apoie o escolhido, Alckmin disse que "essa é uma questão de caráter. Não de pacto". Pouco depois, brincou: "Vou apoiar o Geraldo Alckmin porque acho que ele será o escolhido".
Questionado sobre as declarações do governador Aécio Neves (MG), segundo o qual sua candidatura tem menor custo político, Alckmin chamou o mineiro de irmão. E concluiu: "Aécio sempre tem palavra muito ponderada."
O governador lembrou afinidades entre PSDB e o PT -como a responsabilidade fiscal e a estabilidade da moeda- para insistir que não basta ter o perfil anti-Lula para a disputa.
Para ele, é preciso "deixar de ter discussão personalista, para ter uma discussão mais programática". "Há coisas em que não nos distinguimos do PT. Estamos juntos", disse numa referência a responsabilidade fiscal e estabilidade."Temos divergência a começar pela questão ética", ressaltou.
Disposto a ampliar seu eleitorado, Alckmin informou que viajará a partir da semana que vem. Já estão programadas duas viagens ao Nordeste no dia 21 e 23. O destino seria Sergipe e Pernambuco. Para fevereiro, estariam previstas viagens a Joinville. No Nordeste e Sul, Serra tem grande vantagem.
O governador repetiu que ganhará visibilidade durante o programa de rádio e TV. E garantiu contar com a simpatia do PFL. Ao falar de política em visita ao Instituto Butantan, respondeu com bom humor às piadas de jornalistas sobre veneno na política. "Vim tomar uma vacina". Líder do governo Alckmin na Assembléia, Edson Aparecido afirmou que o governador manterá a estratégia de mostrar naturalidade de sua candidatura. E defendeu que esse seja critério no PSDB.


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