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Alckmin diz que apoiará Serra se não concorrer
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, admitiu ontem a
disposição de apoiar a candidatura do prefeito de São Paulo, José
Serra, caso seja ele o escolhido do
PSDB para concorrer à Presidência da República. Alckmin, no entanto, concordou que sua candidatura tem menor custo político
-em comparação às amarras de
Serra- e defendeu que esse critério seja levado em conta no processo de escolha do partido.
Ele sugeriu que o partido "olhe
para o futuro" para tomar sua decisão. decisão. E, mais uma vez,
recomendou aos tucanos a "sandália da humildade".
"Claro que sou candidato. Se
amanhã, o partido entender que o
candidato é outro, não vou deixar
de apoiar. Agora, não é essa questão. Temos que escolher o candidato, primeiro, olhando no futuro. Se for escolher candidato só
para lutar com o PT, eleição não
vai ser fácil, não. Quem acha que a
escolha do candidato do PSDB já
é para pôr a faixa está enganado.
Sandálias da humildade. Sandálias da humildade", sugeriu.
Para Alckmin, essa eleição será
"menos da fofoca, e mais de programa". Segundo ele, é preciso
discutir redução de taxa de juros e
carga tributária.
Ao responder se concordaria
com o acordo proposto pelos tucanos para que o postulante preterido apoie o escolhido, Alckmin
disse que "essa é uma questão de
caráter. Não de pacto". Pouco depois, brincou: "Vou apoiar o Geraldo Alckmin porque acho que
ele será o escolhido".
Questionado sobre as declarações do governador Aécio Neves
(MG), segundo o qual sua candidatura tem menor custo político,
Alckmin chamou o mineiro de irmão. E concluiu: "Aécio sempre
tem palavra muito ponderada."
O governador lembrou afinidades entre PSDB e o PT -como a
responsabilidade fiscal e a estabilidade da moeda- para insistir
que não basta ter o perfil anti-Lula
para a disputa.
Para ele, é preciso "deixar de ter
discussão personalista, para ter
uma discussão mais programática". "Há coisas em que não nos
distinguimos do PT. Estamos juntos", disse numa referência a responsabilidade fiscal e estabilidade."Temos divergência a começar
pela questão ética", ressaltou.
Disposto a ampliar seu eleitorado, Alckmin informou que viajará
a partir da semana que vem. Já estão programadas duas viagens ao
Nordeste no dia 21 e 23. O destino
seria Sergipe e Pernambuco. Para
fevereiro, estariam previstas viagens a Joinville. No Nordeste e
Sul, Serra tem grande vantagem.
O governador repetiu que ganhará visibilidade durante o programa de rádio e TV. E garantiu
contar com a simpatia do PFL. Ao
falar de política em visita ao Instituto Butantan, respondeu com
bom humor às piadas de jornalistas sobre veneno na política.
"Vim tomar uma vacina". Líder
do governo Alckmin na Assembléia, Edson Aparecido afirmou
que o governador manterá a estratégia de mostrar naturalidade
de sua candidatura. E defendeu
que esse seja critério no PSDB.
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