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RS faz leilão para pagar dívidas com fornecedores
SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O governo do Rio Grande do
Sul fará um leilão na semana
que vem para pagar parte de
suas dívidas com fornecedores.
É a primeira vez que o Estado,
que enfrenta crise financeira,
se vale desse instrumento para
tentar colocar em dia pagamentos pendentes.
Os débitos do governo gaúcho com empresas prestadoras
de bens e serviços somam hoje
R$ 50 milhões. A administração irá usar R$ 20 milhões para
negociar as dívidas -ainda ficará devendo R$ 30 milhões a
empresas que venderam ou
trabalharam para o Estado nos
últimos dois anos.
No leilão, o governo pedirá
desconto mínimo de 20% sobre
o total da dívida. Desta forma,
se uma empresa tem R$ 1 milhão a receber, por exemplo,
deve aceitar pagamento de, no
máximo, R$ 800 mil.
Se as ofertas dos empresários
superarem os R$ 20 milhões
em negociação, ganhará quem
der maior desconto ao Estado.
O dinheiro será liberado dois
dias após o leilão, à vista.
O diretor do Tesouro do Estado, Mateus Bandeira, afirmou ontem que a participação
no leilão é opcional, uma alternativa aos credores que esperam pagamento. "O montante
de R$ 20 milhões representa
um esforço significativo do governo para normalizar os pagamentos. É uma alternativa que
estamos propondo àqueles que
esperam há mais de dois anos,
em alguns casos, para receber
seus créditos", disse.
Quando a governadora Yeda
Crusius (PSDB) assumiu o Estado, em janeiro de 2007, a dívida com fornecedores era de
R$ 200 milhões, valor que foi
sendo quitado durante o ano.
Restaram R$ 50 milhões.
Yeda vem enfrentando dificuldades para governar o Estado por falta de recursos. O déficit orçamentário previsto para
2008 é de R$ 1,27 bilhão. Desde
abril de 2007, a tucana vem pagando os servidores com atraso
e precisou recorrer a um fundo
de previdência para pagar o 13º
salário do funcionalismo.
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