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Dobra o número de operações atípicas registradas pelo Coaf
Instituições repassaram ao conselho um total de 645.785 registros no ano passado
Bancos têm de informar todas as operações acima de
R$ 100 mil; não significa que as transações sejam ilícitas, as suspeitas são investigadas
LEONARDO SOUZA
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de operações em
espécie acima de R$ 100 mil e
de transações atípicas informadas ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), como compra de imóveis
em dinheiro vivo, praticamente
dobrou no ano passado.
Bancos, seguradoras, factorings, corretoras de valores e
imobiliárias, entre empresas de
outros setores, repassaram ao
Coaf um total de 645.785 registros em 2008, ante 335.364 no
ano anterior. Os bancos são
obrigados a informar ao Coaf
toda operação em dinheiro acima de R$ 100 mil, como saques
e depósitos, e também transações suspeitas, como súbitas
transferências de dinheiro em
curto espaço de tempo.
Os mesmos princípios valem
para clientes de corretoras de
valores (compra e venda de
ações), de factorings (descontos de duplicatas e cheques), de
seguradoras (recebimento de
prêmios) e de joalherias e de lojas de obras de arte.
"Temos notado um maior
engajamento e conhecimento
dos empresários da importância da comunicação dessas
ocorrências. Outro fator importante é o trabalho feito pelas autoridades reguladoras
[Banco Central, Comissão de
Valores Mobiliários e o próprio
Coaf, entre outras] de aprimorar as normas", disse à Folha o
presidente do Coaf, Antonio
Gustavo Rodrigues, ao explicar
as razões do aumento.
Não significa, porém, que as
transações sejam ilícitas. Os
dados do Coaf são enviados a
órgãos como Polícia Federal e
Receita Federal para que as
suspeitas sejam apuradas.
Em 2008, o total de recursos
bloqueados pela Justiça a partir de comunicados do Coaf foi
de R$ 658,5 milhões (sendo
R$ 535,8 milhões de um fundo
de investimentos do banqueiro
Daniel Dantas) contra R$ 17,6
milhões em 2007. Dantas nega
irregularidades na transação.
Factorings e imobiliárias foram multadas em R$ 3,8 milhões pelo Coaf. Cabe recurso.
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