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São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 2003

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QUESTÃO AGRÁRIA

Entidade quer manter "autonomia"

MST descarta trégua e afirma que bloqueios e invasões vão continuar

EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA

Descartando qualquer tipo de intervenção em sua seção alagoana, que nos últimos dias promoveu dois bloqueios de rodovias, um deles com refém, a coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) informou ontem que as barricadas e as invasões de terra vão continuar em todo o país.
De acordo com o MST, o aceno por uma trégua no atual momento representaria uma perda de autonomia em relação às suas principais reivindicações.
Para Jaime Amorim, da coordenação nacional, poderá haver uma ruptura nas negociações caso o governo proponha uma trégua. "Participei de todas as negociações e em nenhum momento houve pedido de calma. Se tivesse, teríamos nos retirado. Não vamos perder a autonomia. Vamos continuar negociando e ocupando como sempre fizemos."
Amorim, que participou na última quarta-feira da primeira reunião formal entre o governo e o MST, em Brasília, disse que a tranquilidade no campo virá apenas com ações governamentais. "O pessoal [sem-terra de Alagoas] está passando fome. Então, como o governo ainda não resolveu o problema da alimentação, esse é um processo normal. Vamos continuar fazendo tranca de estrada, ocupação de terra, ocupação de Incra. Não é porque o governo é Lula que vamos parar."
O ouvidor agrário nacional, Gercino da Silva Filho, afirmou: "Não vejo a mínima possibilidade de bloqueio depois que todos saem de uma reunião satisfeitos e com seus pedidos atendidos ou encaminhados".


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