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QUESTÃO AGRÁRIA
Entidade quer manter "autonomia"
MST descarta trégua e afirma que bloqueios e invasões vão continuar
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
Descartando qualquer tipo de
intervenção em sua seção alagoana, que nos últimos dias promoveu dois bloqueios de rodovias,
um deles com refém, a coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) informou ontem que as
barricadas e as invasões de terra
vão continuar em todo o país.
De acordo com o MST, o aceno
por uma trégua no atual momento representaria uma perda de autonomia em relação às suas principais reivindicações.
Para Jaime Amorim, da coordenação nacional, poderá haver
uma ruptura nas negociações caso o governo proponha uma trégua. "Participei de todas as negociações e em nenhum momento
houve pedido de calma. Se tivesse,
teríamos nos retirado. Não vamos
perder a autonomia. Vamos continuar negociando e ocupando
como sempre fizemos."
Amorim, que participou na última quarta-feira da primeira reunião formal entre o governo e o
MST, em Brasília, disse que a
tranquilidade no campo virá apenas com ações governamentais.
"O pessoal [sem-terra de Alagoas] está passando fome. Então,
como o governo ainda não resolveu o problema da alimentação,
esse é um processo normal. Vamos continuar fazendo tranca de
estrada, ocupação de terra, ocupação de Incra. Não é porque o
governo é Lula que vamos parar."
O ouvidor agrário nacional,
Gercino da Silva Filho, afirmou:
"Não vejo a mínima possibilidade
de bloqueio depois que todos
saem de uma reunião satisfeitos e
com seus pedidos atendidos ou
encaminhados".
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