São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

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PSDB vai pedir auditoria em pesquisa da CNT

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO


O PSDB decidiu pedir uma auditoria ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem. "Está na hora de dar um basta na manipulação de pesquisas eleitorais. As distorções nessa pesquisa CNT/Sensus são terríveis, eu não acredito nela", disse Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado.
Uma das supostas incongruências da sondagem seria o aumento do número de pessoas que desconhecem o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), apesar de sua maior exposição devido à pré-candidatura à Presidência da República. No levantamento realizado em novembro, 15,5% diziam não conhecer Alckmin. No divulgado ontem, esse percentual sobe para 18,9%.
Outra contestação feita por Virgílio está na distribuição de votos quando os nomes de José Maria Eymael, que aparece com 1,5% das intenções de voto, e Roberto Freire, com 1%, entram na disputa. Sem eles, a diferença entre Lula e José Serra é de 11,6 pontos percentuais. Quando os dois são incluídos na pesquisa, essa diferença cai para 4,6 pontos.
Também chamou a atenção dos tucanos o aumento da rejeição de Serra e Alckmin se comparada com outras pesquisas, apesar de a metodologia para aferição da rejeição ser diferente entre os institutos. Na sondagem feita pelo Ibope em dezembro e janeiro, eles tinham entre 7% e 9%; agora, no CNT/Sensus, têm entre 39% e 41%. "Como isso pode acontecer? Eles não mataram nenhuma criança", afirmou.
Virgílio ainda levantou dúvidas sobre a recuperação de Lula. Ele questiona a ausência das perguntas sobre o impacto da crise política na imagem do presidente e se ele participou dos episódios de corrupção, que estava na pesquisa de novembro. A CNT não comentou as críticas do PSDB até o fechamento desta edição.

Cesar Maia
O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), também colocou em dúvida os resultados da pesquisa. Maia disse, em e-mail que circula para pessoas que eram cadastradas em seu antigo blog, que a pesquisa "é completamente inconsistente" e sugere uma auditoria técnica no instituto.
"Há cheiro de pesquisa forjada. Afinal, quem contrata é suspeito e é ou era sócio do Marcos Valério", disse Maia, que se referia nesse caso ao presidente da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), Clésio Andrade, que é vice-governador de Aécio Neves (PSDB) e filiado ao PL, partido aliado ao governo federal e envolvido no escândalo do "mensalão".
O diretor do Sensus, Ricardo Guedes, rebateu as críticas e afirmou que a rejeição do instituto é calculada de maneira individual e não em um cartão conjunto com os nomes de todos os candidatos. "Acho que é melhor maneira de medir a rejeição", disse. Guedes afirmou serem "absolutamente improcedentes" as vinculações que o prefeito faz do instituto com o "mensalão" e Valério: "Quando a pesquisa traz um número que não agrada ao político, é comum tentar desqualificar a fonte".


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