São Paulo, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

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CGU vê erro em gastos e manda ministro da Pesca devolver R$ 538

Auditoria isenta Gregolin de irregularidades ao utilizar cartão para pagar diárias e locação de carro; União já foi ressarcida

Controladoria não vê má-fé, mas diz que despesas com alimentação em Brasília e gastos com delegações não devem ser pagas com cartão

FELIPE SELIGMAN
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CGU (Controladoria Geral da União) apontou "impropriedades" em duas despesas com alimentação do ministro Altemir Gregolin (Pesca) custeadas com cartão corporativo, segundo auditoria feita em seus gastos, e determinou que ele devolva o valor (R$ 538) à União -o que já ocorreu, diz a CGU.
A conclusão livra o ministro de outras punições, como havia revelado a Folha nesta semana. A auditoria "afasta as suspeitas de irregularidade levantadas em matérias jornalísticas sobre as despesas com hospedagem e locação de veículos".
O primeiro pagamento considerado impróprio é o de duas refeições no Buffet Flory, em Florianópolis, de R$ 26, em 2007. Como o cartão é de uso individual, a CGU determinou o ressarcimento de 50%. O ministro recolheu o valor integral.
Outro caso ocorreu em Brasília, como revelado pela Folha do dia 30, quando Gregolin pagou R$ 512,60 em almoço para a delegação da Academia de Ciências Pesqueiras da China. A auditoria determinou a devolução do valor, apesar de "não vislumbrar dolo ou má-fé de qualquer natureza, não há previsão legal para a realização desse tipo de despesa com suprimento de fundos". Mesmo argumento dado na época pelo ministro da CGU, Jorge Hage.
Sobre o almoço em Florianópolis, que a CGU afirma que o ministro pagou refeição a outra pessoa, Gregolin contou que a nota fiscal estava errada. "Houve erro Eu estava sozinho."
No caso da Choperia Pingüim, em Ribeirão Preto (SP), os auditores concluíram que "nada houve de irregular".
Nas conclusões da auditoria, a GCU recomendou que a Secretaria da Pesca não use o cartão para despesas com alimentação em Brasília, e sugeriu diárias para ministros e regras para despesas com alimentação quando houver reuniões com delegações estrangeiras.
A CGU também analisou extratos da ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) e do ministro do Esporte, Orlando Silva. Matilde gastou R$ 461,16 num free shop e mais de R$ 110 mil com aluguel de veículos, enquanto Silva, além da compra de tapioca, pagou diárias em hotel, no Rio, na companhia de mulher, filha e babá. A CGU deve divulgar hoje a auditoria nos gastos de Matilde.


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