|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ministro herdou estrutura do grupo de Dirceu
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O novo ministro da Secretaria da Igualdade Racial é o expoente no Rio do grupo petista
liderado pelo ex-ministro José
Dirceu. Foi Edson Santos quem
herdou, na campanha à Câmara em 2006, o aparato montado
um ano antes para o então assessor de comunicação do PT,
Marcelo Sereno, que seria candidato a deputado pelo Rio.
Ligado a Dirceu, Sereno nem
disputou a eleição por ter sido
envolvido no escândalo do
mensalão. Porém, já montara
uma grande estrutura, com estratégia para captação de recursos, assessoria de imprensa,
escritório no centro e militantes em cidades da região metropolitana, norte e noroeste fluminense e litoral sul. Tudo isso
ficou à disposição do desde ontem ministro do governo Lula.
Santos, que tinha cinco mandatos consecutivos de vereador
(dois pelo PC do B e três pelo
PT) e uma derrota em 2004 para o Senado, elegeu-se com
105.114 votos em 2006.
Uma mudança no perfil das
campanhas de Santos pode ser
notada em 2006 em relação aos
dois últimos pleitos que disputara: 2002, para a Câmara Municipal, e 2004 para o Senado.
Nessas eleições, conforme o
TSE, ele teve como receitas só
doações de pessoas físicas.
Em 2006, com Sereno fora da
eleição, Santos captou pela primeira vez recursos de empresas importantes. Na lista de
doadores aparecem a Caemi
Mineração e Metalurgia S/A
(do grupo da Vale), com contribuição de R$ 50 mil, e a Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga, com R$ 20 mil.
Ainda doaram a Lasry Corretora de Seguros, com R$ 10 mil,
e a empresa identificada no
TSE pelo nome de Itaú Rio PB
RJ Refrescos Taq, R$ 50 mil.
Militante do movimento secundarista nas décadas de 60 e
70, Edson Santos, 53, era do PC
do B. Por orientação do partido,
que agia na clandestinidade, organizou o movimento social na
Cidade de Deus, onde presidiu
a associação de moradores. Era
de interesse do partido ter uma
célula atuante em uma das
grandes favelas cariocas.
Santos deixou o PC do B na
segunda metade dos anos 90.
Vinculou-se ao antigo Campo
Majoritário, corrente do partido que tinha Dirceu entre seus
expoentes. Fiel ao líder, Santos
manteve-se ao lado de Dirceu
mesmo após a cassação.
Texto Anterior: Deputado do PT será substituto de Matilde Próximo Texto: Eleição: TSE volta atrás e aprova contas de Lula em 2006 Índice
|