São Paulo, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

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Ministro herdou estrutura do grupo de Dirceu

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O novo ministro da Secretaria da Igualdade Racial é o expoente no Rio do grupo petista liderado pelo ex-ministro José Dirceu. Foi Edson Santos quem herdou, na campanha à Câmara em 2006, o aparato montado um ano antes para o então assessor de comunicação do PT, Marcelo Sereno, que seria candidato a deputado pelo Rio.
Ligado a Dirceu, Sereno nem disputou a eleição por ter sido envolvido no escândalo do mensalão. Porém, já montara uma grande estrutura, com estratégia para captação de recursos, assessoria de imprensa, escritório no centro e militantes em cidades da região metropolitana, norte e noroeste fluminense e litoral sul. Tudo isso ficou à disposição do desde ontem ministro do governo Lula.
Santos, que tinha cinco mandatos consecutivos de vereador (dois pelo PC do B e três pelo PT) e uma derrota em 2004 para o Senado, elegeu-se com 105.114 votos em 2006.
Uma mudança no perfil das campanhas de Santos pode ser notada em 2006 em relação aos dois últimos pleitos que disputara: 2002, para a Câmara Municipal, e 2004 para o Senado. Nessas eleições, conforme o TSE, ele teve como receitas só doações de pessoas físicas.
Em 2006, com Sereno fora da eleição, Santos captou pela primeira vez recursos de empresas importantes. Na lista de doadores aparecem a Caemi Mineração e Metalurgia S/A (do grupo da Vale), com contribuição de R$ 50 mil, e a Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga, com R$ 20 mil.
Ainda doaram a Lasry Corretora de Seguros, com R$ 10 mil, e a empresa identificada no TSE pelo nome de Itaú Rio PB RJ Refrescos Taq, R$ 50 mil.
Militante do movimento secundarista nas décadas de 60 e 70, Edson Santos, 53, era do PC do B. Por orientação do partido, que agia na clandestinidade, organizou o movimento social na Cidade de Deus, onde presidiu a associação de moradores. Era de interesse do partido ter uma célula atuante em uma das grandes favelas cariocas.
Santos deixou o PC do B na segunda metade dos anos 90. Vinculou-se ao antigo Campo Majoritário, corrente do partido que tinha Dirceu entre seus expoentes. Fiel ao líder, Santos manteve-se ao lado de Dirceu mesmo após a cassação.


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