|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Partido quer "despaulistizar" tucano
CHICO DE GOIS
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes mesmo do anúncio de
Geraldo Alckmin, governadores
já o aconselhavam a não "paulistizar" a campanha. Para eles, Alckmin terá de intensificar suas idas
ao Norte e Nordeste e montar
uma campanha que mescle paulistas e tucanos de outros Estados.
"É necessário ampliar", afirmou
Cássio Cunha Lima (PB). "Devemos nacionalizar a campanha para que não haja uma centralização", disse Marconi Perillo (GO),
agregando que, em caso de vitória, "não deve haver paulistério".
No Palácio dos Bandeirantes, os
governadores disseram que Alckmin é identificado com as causas
paulistas e sugeriram que se comprometesse com um novo pacto
federativo. "Tem de ser uma campanha descentralizada, levando
em conta todos os aspectos nacionais", disse Simão Jatene (PA).
O anúncio de Alckmin foi feito
depois, às 16h45, na sede do partido. Inicialmente a "cerimônia" se
daria no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. Um
palanque chegou a ser montado,
mas, faltando 15 minutos para o
ato, a assessoria de Alckmin
transferiu a cena para o diretório.
A explicação foi simples: entenderam que fazer um ato partidário
num local público seria ferir a lei.
Coube ao presidente do PSDB,
senador Tasso Jereissati (CE), declarar Alckmin como candidato.
No palanque estavam Fernando
Henrique Cardoso, governadores, secretários estaduais e deputados ligados a Alckmin. Pelo lado
de Serra, só Alberto Goldman
(SP) e Eduardo Paes (RJ).
Tasso, FHC e Aécio Neves chegaram ao evento de braços dados.
Pela manhã, governadores disseram que o ultimato de Serra, que
só aceitaria ser candidato se não
houvesse prévias, não teve bom
efeito. "É legítimo que reivindique ser candidato. Agora, impor
critério de escolha é complicado",
disse Lúcio Alcântara (CE).
Os governadores almoçaram
com Tasso e, por volta das 13h,
Alckmin foi à prefeitura para conversar com Serra. Ao sair, Tasso
não escondia a alegria de ter colocado fim ao impasse. "Agora vocês não vão mais me seguir por
São Paulo", disse aos repórteres.
Elogiado em todos os discursos,
Serra não compareceu ao evento.
No final do dia, divulgou uma nota na qual diz que seu "senso de
responsabilidade política" o levou
a abdicar da candidatura em favor
do governador. Embora tenham
dito que o partido saía unido para
a disputa, líderes sabem que terão
de curar as feridas internas.
Em seu discurso, Alckmin elogiou "os três engenheiros do bem
comum" [Tasso, Aécio e FHC] e
também o "grande companheiro
José Serra". Disse que "o Brasil
não agüenta mais esta onda de
corrupção", criticou o que considera baixo desenvolvimento e
prometeu "um banho de ética".
Texto Anterior: Sem Serra, PSDB lança Alckmin à Presidência Próximo Texto: Irmãs de Alckmin comemoram com orações a escolha Índice
|