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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Ermírio de Moraes diz que Serra deveria disputar governo do Estado; Armando Monteiro, da CNI, e Paulo Skaf, da Fiesp, destacam gestão de Alckmin
Escolha é elogiada por líderes empresariais
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
A escolha de Geraldo Alckmin
como candidato do PSDB foi bem
recebida pelos empresários Antônio Ermírio de Moraes (grupo
Votorantim), Paulo Skaf (presidente da Fiesp) e Armando Monteiro (presidente da CNI). Também houve reação positiva no
mercado financeiro.
José Serra, rival na disputa pela
candidatura, enfrentava resistências no empresariado.
Ermírio considera Alckmin é o
melhor nome para disputar as
eleições. O problema de Serra, segundo o empresário, é que ele "é
meio teimoso." Para Ermírio, Serra deveria disputar o governo de
São Paulo. "O Serra seria imbatível numa eleição para o governo
de São Paulo. A Marta [Suplicy,
do PT] não teria condições."
Para o empresário, Alckmin
tem uma série de qualidades que
o credenciam para disputar as
eleições com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. "Ele fez um
governo limpo e sem corrupção.
Se houve alguma corrupção, foi
mínima."
Ermírio julga que, apesar de estar atrás de Serra nas pesquisas
eleitorais, Alckmin tem muitas
chances de subir, se na campanha
usar o seu trabalho no governo.
Ermírio considera, no entanto,
que a batalha será muito dura. "O
Lula é um caso sério", diz. "Infelizmente não será fácil para o
Alckmin. O Lula não conversa
com deputados e senadores, só
quer conversar com o povão. O
Alckmin é excelente candidato,
mas o PT não brinca em serviço."
Diálogo
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) também considerou positiva a escolha de Alckmin. "O governo que
fez em São Paulo mostrou que ele
tem condições de disputar a Presidência da República", disse Armando Monteiro. Segundo ele,
Alckmin conquistou a simpatia
de muitos setores do empresariado. "O Serra me parece que não
tem um diálogo tão fluido quanto
o de Alckmin", disse Monteiro.
Na opinião dele, Alckmin adotou medidas que foram muito
bem recebidas pelos empresários
durante o seu governo em São
Paulo, como a desoneração fiscal
que beneficiou diversos setores da
indústria. "Só recebo elogios da
administração Alckmin das entidades industriais de São Paulo,
como a Ciesp e a Fiesp", disse.
O presidente da CNI diz, no entanto, que não acredita num
apoio massivo do empresariado
ao nome de Alckmin. Ele acha
que Lula conseguiu conquistar
um amplo apoio no setor, como a
própria CNI.
O presidente da Fiesp disse à
Folha que "o programa de governo realizado em São Paulo, se ampliado para o Brasil, será muito
positivo para o país".
Paulo Skaf é amigo de longa data de Alckmin. Os dois se conhecem de Pindamonhangaba, onde
possuem residências. No início do
ano, Skaf chegou a manifestar
apoio a Alckmin ao dizer que ele
seria o candidato natural do
PSDB. Agora, preferiu não se estender a respeito da escolha.
Bolsa
O anúncio da escolha não chegou a agitar muito o mercado financeiro. Mas foi bem recebido
por analistas e investidores. Antes
do anúncio, a Bovespa operava
em torno de 1,4% de alta. Pouco
depois, alcançou a máxima do
dia, marcando valorização de 2%.
"O mercado teve uma reação
positiva em relação à indicação do
Alckmin. Na análise do mercado,
o nome do Alckmin traz mais
tranqüilidade do que o do Serra",
disse Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros. Para Luiz Antonio Neves, diretor da corretora
Planner, "o mercado simpatiza
menos com o Serra, por achá-lo
mais centralizador". "Em um segundo momento, o mercado vai
querer saber mais sobre os projetos para a área econômica e informações sobre quem deve cuidar
da economia em um hipotético
governo Alckmin", diz Neves.
Colaborou a Reportagem Local
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