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Não dá para poupar Palocci, diz pefelista
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
O líder do PFL no Senado, José
Agripino Maia (RN), disse ontem
que "o copo encheu" e que não há
mais possibilidade de a oposição
continuar contemporizando com
o ministro Antonio Palocci. Apesar de insistentes denúncias, o ministro teve sempre uma complacência da oposição sob o pretexto
de poupar a economia do país.
"O copo foi enchendo, foi enchendo e encheu. O copo está
cheio, a situação azedou. Não dá
mais para contemporizar depois
de tantas evidências contra ele
[Palocci]", disse Agripino sobre a
entrevista do caseiro Francenildo
Santos Costa confirmando que o
ministro freqüentava a casa da
chamada "república de Ribeirão".
"Nós temos duas preciosidades
neste ano eleitoral: o Palocci e o
Okamotto", disse Agripino, referindo-se a Paulo Okamotto, amigo do presidente que pagava contas do próprio Lula e de sua filha
Lurian. Ainda mais veemente, o
presidente do PFL, senador Jorge
Bornhausen (SC), tentou negar
que o partido tenha tentado proteger Palocci: "O PFL? Nós não temos nada com isso. Quem nomeou e quem mantém o Palocci é
o Lula, incompetente e leniente".
Para ele, "Palocci não corresponde nem administrativa nem
eticamente ao que o país necessita. Sua gestão na economia é medíocre e todos os grandes escândalos desse governo foram em órgãos vinculados à Fazenda". Citou o IRB, o Banco do Brasil-Visanet, a Caixa Econômica Federal
com a GTech e a Casa da Moeda.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) sempre foi
apontado, com o presidente do
PSDB, Tasso Jereissatti (CE), como articulador de uma espécie de
cerco de proteção a Palocci. Bornhausen foi irônico: "Se alguém
defendia o Palocci, deve estar profundamente arrependido. Eu
nunca o defendi". ACM jogou a
toalha ontem depois das novas
denúncias: "Está ficando difícil.
Gosto muito dele [Palocci], mas
os fatos estão se multiplicando
sem explicações", acrescentou.
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