São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 2006

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Não dá para poupar Palocci, diz pefelista

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

O líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), disse ontem que "o copo encheu" e que não há mais possibilidade de a oposição continuar contemporizando com o ministro Antonio Palocci. Apesar de insistentes denúncias, o ministro teve sempre uma complacência da oposição sob o pretexto de poupar a economia do país.
"O copo foi enchendo, foi enchendo e encheu. O copo está cheio, a situação azedou. Não dá mais para contemporizar depois de tantas evidências contra ele [Palocci]", disse Agripino sobre a entrevista do caseiro Francenildo Santos Costa confirmando que o ministro freqüentava a casa da chamada "república de Ribeirão".
"Nós temos duas preciosidades neste ano eleitoral: o Palocci e o Okamotto", disse Agripino, referindo-se a Paulo Okamotto, amigo do presidente que pagava contas do próprio Lula e de sua filha Lurian. Ainda mais veemente, o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), tentou negar que o partido tenha tentado proteger Palocci: "O PFL? Nós não temos nada com isso. Quem nomeou e quem mantém o Palocci é o Lula, incompetente e leniente".
Para ele, "Palocci não corresponde nem administrativa nem eticamente ao que o país necessita. Sua gestão na economia é medíocre e todos os grandes escândalos desse governo foram em órgãos vinculados à Fazenda". Citou o IRB, o Banco do Brasil-Visanet, a Caixa Econômica Federal com a GTech e a Casa da Moeda.
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) sempre foi apontado, com o presidente do PSDB, Tasso Jereissatti (CE), como articulador de uma espécie de cerco de proteção a Palocci. Bornhausen foi irônico: "Se alguém defendia o Palocci, deve estar profundamente arrependido. Eu nunca o defendi". ACM jogou a toalha ontem depois das novas denúncias: "Está ficando difícil. Gosto muito dele [Palocci], mas os fatos estão se multiplicando sem explicações", acrescentou.


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