São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 2006

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OUTRO LADO

Ministro recorre ao mercado para negar acusação

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Antonio Palocci disse ontem que as denúncias de sua suposta participação em um esquema de corrupção são a "repetição de uma onda ocorrida no ano passado": "Quando estamos nos aproximando do processo eleitoral, há uma retomada de questões já passadas. Isso diz respeito ao clima eleitoral, que vai trazer um calor maior ao debate político e a esse nível de acusações", disse.
As declarações foram dadas em teleconferência promovida pela consultoria Tendências, de Maílson da Nóbrega e Gustavo Loyola, onde jornalistas puderam apenas ouvir as perguntas de clientes da empresa.
Sobre as denúncias de funcionários que trabalhavam numa casa em Brasília onde ocorreria a distribuição de dinheiro, Palocci disse ignorar quais "motivações, sentimentos ou interesses" estariam por trás das declarações. "Quero até ressaltar que eu não guio aqui em Brasília. Uso carro oficial ou ando com a minha esposa", disse sobre suas supostas idas à casa dirigindo um Peugeot prata. "Serei sempre muito transparente. Estive três vezes no Congresso prestando depoimentos no ano passado e esclareci todas as questões que me foram levantadas", declarou.
Palocci disse que não pretende ter nenhuma participação na campanha: "Estive hoje com o presidente Lula e disse que minha vontade era prosseguir no ministério e não me envolver diretamente na campanha. Isso corresponde também à vontade do presidente", disse.
Palocci passou a maior parte do dia no Planalto planejando sua defesa. A idéia inicial, de convocar a imprensa para uma entrevista, foi descartada porque traria muito desgaste. A saída foi pedir ajuda ao mercado, que lhe proporcionou uma teleconferência com investidores e economistas, dando ao ministro uma chance de falar sobre economia em vez de ser emparedado pelos jornalistas.


Colaborou a Sucursal de Brasília

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