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PT busca restringir o depoimento de Duda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PT quer que o depoimento do
publicitário Duda Mendonça à
CPI dos Correios, marcado para
hoje, seja restrito aos quatro parlamentares que tiveram acesso
aos documentos com sua movimentação financeira no exterior.
A alegação é que a medida dificultaria o vazamento de informações
sigilosas, mas a oposição e o relator, deputado Osmar Serraglio
(PMDB-PR), são contra.
"Na operação para conseguir o
compartilhamento desses dados
nos comprometemos a não divulgar essas informações. Mesmo
que a sessão seja reservada vai haver vazamentos, como já houve.
Estamos enterrando definitivamente a cooperação com os Estados Unidos para futuras investigações", afirmou a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC).
O Ministério da Justiça e a Polícia Federal tiveram acesso à quebra do sigilo bancário de Duda no
exterior em novembro, mas a CPI
só recebeu essa autorização no final do mês passado. Autoridades
dos EUA temiam o vazamento
dos dados e seu uso político.
Uma das medidas adotadas pela
comissão para ganhar a confiabilidade da Promotoria Distrital de
Nova York e do FinCen (Financial
Crimes Enforcement Network)
foi limitar o acesso a esses papéis
ao presidente da CPI, senador
Delcídio Amaral (PT-MS), ao relator e aos deputados Eduardo
Paes (PSDB-RJ) e Maurício Rands
(PT-PE).
"O depoimento só vai ser fechado na parte em que abordarmos
as contas no exterior, mas ele vai
falar para todos", disse Paes, que é
relator-adjunto.
O publicitário já compareceu à
CPI, em agosto, espontaneamente. Na ocasião ele afirmou ter recebido R$ 10,5 milhões, depositados no exterior em esquema de
caixa dois, por campanhas petistas em 2002 e por serviços prestados ao partido em 2003. Segundo
Duda, ele abriu uma offshore
-empresa em que os sócios não
são identificados- chamada
Dusseldorf, nas Bahamas, para
receber o dinheiro.
Hoje os questionamentos dos
parlamentares vão ficar centrados
na suposta existência de outras
contas do publicitário, que também teriam movimentado dinheiro de caixa dois eleitoral, e na
origem do dinheiro que pagou as
dívidas do PT.
Parlamentares que conversaram com Duda nesta semana afirmaram que ele está nervoso e pretende ficar calado na CPI. O publicitário conseguiu um habeas
corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) que lhe dá o direito
de não responder a perguntas que
possam prejudicar sua defesa,
sem o risco de ser preso por isso.
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