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Em MS, 80 crianças indígenas esperam por atendimento
Centro de Recuperação de Crianças Desnutridas atende com a capacidade máxima
No local, meninos ganham peso em 60 dias; temor de que, na aldeia, voltem a ficar desnutridos faz com que internação dure 6 meses
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Ao menos 80 crianças indígenas das etnias guarani e caiuá
aguardam vagas para internação no Centro de Recuperação
de Crianças Desnutridas, conhecido como Centrinho, em
Dourados (MS). Outras 38
crianças -a capacidade máxima de atendimento- de até
três anos já estão internadas.
O Centrinho é administrado
pelo hospital da Missão Evangélica Caiuá, na entrada de reserva indígena de Dourados.
No hospital, o menino Rogério
Vilhalva, de um ano e dois meses, que morreu no domingo
passado, foi internado no último dia 6 com um quadro de
desnutrição moderada.
"Nós temos 38 crianças internadas, mas 80 devem estar
precisando [de internação]",
disse o médico Antônio Aurélio
Teixeira de Carvalho Neto.
Segundo ele, as crianças vêm
da região sul do Estado -onde
vivem cerca de 30 mil índios
guaranis e caiuás. Segundo o
médico, há também crianças
em famílias com problemas
com alcoolismo e conflitos culturais. "Os pais acham que são
maldição", afirmou ele, referindo-se aos indiozinhos nascidos
com fissura labiopalatal.
No Centrinho, a maioria das
crianças volta a ganhar peso em
até 60 dias. O médico da Funasa Zelick Trajber afirma, porém, que algumas delas podem
ficar internadas até seis meses.
Embora possam receber alta,
essas crianças permanecem no
Centrinho porque a Funasa teme que, nas aldeias, as crianças
voltem a ficar desnutridas. Em
2006, a Funasa atendeu 1.041
crianças desnutridas em MS
-79 com desnutrição grave.
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