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PT-SP revê tática eleitoral e admite dar a vice ao PMDB
Petistas querem evitar cenário de 2004, quando Marta rejeitou aliança com Quércia
Lula afirma que "Marta é uma boa candidata" e que se manterá neutro no processo de escolha de candidatos do PT às eleições deste ano
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva ter dado aval à candidatura Marta
Suplicy (PT) à Prefeitura de
São Paulo, a direção do partido
na capital paulista sinalizou
ontem que deverá mudar suas
diretrizes em relação ao que foi
feito em 2004 e pretende abrir
as portas da sua chapa para ter
o PMDB na vaga de vice.
Na eleição anterior, quando a
então prefeita Marta Suplicy
foi derrotada por José Serra
(PSDB), o PMDB ficou fora de
sua chapa por ter exigido o posto de vice, que acabou ocupado
pelo hoje deputado estadual
Rui Falcão (PT). A "chapa puro-sangue" petista estremeceu
as relações com o ex-governador Orestes Quércia, principal
líder peemedebista no Estado.
Na ocasião, Marta disse que
não confiava no PMDB a ponto
de entregar a vice, já que, a
exemplo do que poderá ocorrer
em 2010, ambicionava disputar
o governo de São Paulo.
O presidente do Diretório
Municipal do partido na capital
paulista, José Américo Dias,
afirmou que a vaga de vice será
ocupada por um nome vindo de
PMDB, PR, PC do B ou PSB.
Dias deverá ser um dos coordenadores da campanha e, na
condição de responsável pelo
GTE (Grupo de Trabalho Eleitoral) do PT, vem tratando das
coligações com outros partidos.
"Estamos procurando partidos que estão na coalização em
torno do governo Lula. No que
depende de mim, isso deve evoluir para a questão da vaga de
vice, inclusive com o PMDB.
Mas qualquer decisão será referendada pelo PT", disse.
O grupo da ministra em São
Paulo avalia, porém, que um
acordo com Quércia passará
pelo Palácio do Planalto. Uma
das cartas postas à mesa inclui
a transferência do controle da
Ceagesp, principal central de
abastecimento do Estado, ao
ex-governador do PMDB.
Outro ponto a negociar são as
chapas em cidades paulistas
importantes. Peemedebistas
querem que o PT retire candidaturas com poucas chances
em favor do PMDB.
Esse ponto está sendo tratado com Edinho Silva (PT), prefeito de Araraquara, terra de
Marcelo Barbieri, o principal
afilhado político de Quércia.
O ex-governador, por enquanto, tem batido na tecla de
que o melhor para o PMDB seria uma candidatura própria.
Em 2004, Michel Temer foi vice de Luiza Erundina (PSB).
Quércia também mantém
diálogos com o tucano Geraldo
Alckmin, outro pré-candidato.
As conversas, segundo alckmistas, estariam em estágio avançado. Na eleição de 2006, Alckmin, então candidato ao Planalto, foi criticado por ter aceitado o apoio do peemedebista
Anthony Garotinho (RJ).
Planalto
O presidente Lula disse ontem que se manterá neutro durante o processo de escolha de
candidatos do PT às eleições
deste ano. "Se houver dois ou
três nomes, a prudência indica
que eu não devo participar."
A afirmação foi feita em Araraquara (SP), administrada pelo petista Edinho Silva, onde
Lula inaugurou uma escola e
assinou ordem de serviço para
iniciar duas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). "Se um ministro quiser
sair para disputar alguma coisa,
é uma decisão unilateral. O PT
tem tempo para decidir isso
ainda, mas certamente o que
todo mundo sabe é que Marta é
uma boa candidata."
Colaborou a Folha Ribeirão, em Araraquara
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