São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

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Sob Lupi, PDT amplia sua fatia em convênios

Após a posse do pedetista, 13 prefeituras fizeram parcerias com a pasta; valor total só é inferior ao dos acordos com o DEM

Com 327 prefeituras, PDT tem o mesmo número de convênios com o ministério que o PMDB, que controla legião de 1.308 prefeitos

JULIANNA SOFIA
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com 327 prefeituras no país, o PDT passou a exibir a partir de 2007 números vultosos nos convênios firmados entre cidades comandadas pelo partido e o Ministério do Trabalho. Com a chegada do pedetista Carlos Lupi à pasta, 13 prefeituras da sigla assinaram parcerias com o ministério e garantiram o repasse de R$ 9,4 milhões.
Os recursos reforçarão os cofres dos prefeitos neste ano, em plena disputa eleitoral. Das 13 prefeituras pedetistas agraciadas por Lupi, 12 nunca tinham tido acesso a verbas do Ministério do Trabalho anteriormente. Em geral, são convênios relativos a programas de qualificação e inserção de jovens no mercado de trabalho -Juventude Cidadã e ProJovem. Os recursos desses projetos saem diretamente do Tesouro Nacional.
Levantamento feito pela Folha mostra que o DEM, partido que administra 792 prefeituras, das quais apenas cinco são conveniadas com o Trabalho, apresenta o maior valor de repasses. São R$ 12,3 milhões, que refletem principalmente o peso de contratos com as duas maiores capitais: Rio e São Paulo. Cada uma assinou com o ministério convênios de R$ 5,8 milhões.
Em quantidade de novos convênios, os números do PDT só são inferiores aos do PT (16 prefeituras). O PMDB, com uma legião de 1.308 prefeitos, tem igual número de prefeituras conveniadas que o PDT: 13. As prefeituras do PT são 383. Essas duas siglas, porém, receberão valores abaixo dos repassados ao PDT do ministro Lupi: o PT ficou com R$ 8,9 milhões e o PMDB, com R$ 4,9 milhões. O PSDB aparece com oito prefeituras (são 905 no país) atendidas com R$ 4 milhões.
Os convênios com prefeituras contratados sob a batuta de Lupi somam R$ 45,4 milhões. Atendem a 71 cidades e ainda abrangem outros partidos (PSB, PR, PTB, PRB e PC do B).
Há menos de um mês, ao se defender das acusações de favorecimento ao PDT, Lupi apresentou dados genéricos nos quais seu partido aparecia como um dos menos beneficiados na partilha de verbas.
Ficava em sétimo lugar, atrás de prefeituras e Estados sob o comando do PSDB (R$102 milhões), PT (R$ 96 milhões) e PMDB (R$ 83 milhões), do DEM (R$ 54 milhões), PSB (R$ 52 milhões) e PP (R$ 16 milhões). O PDT registrava apenas R$ 14,4 milhões. Diante dos números, Lula chegou a dizer que Lupi tinha "o comportamento mais republicano".
Na ocasião, o ministro não mencionou que a maior parte dos recursos garantidos aos prefeitos e governadores fora autorizado por seu antecessor, Luiz Marinho, atual ministro da Previdência. Em entrevista no final de fevereiro, Lupi limitou-se a dizer que "alguns" convênios eram de 2005 e 2006.
Lista com as datas de todos os convênios revela que, dos atuais R$ 487 milhões conveniados, 83% referem-se à gestão de Marinho. O ex-ministro foi responsável por 111 do total de 202 convênios firmados com Estados e municípios.
Os 91 restantes -que equivalem a R$ 82 milhões- ficaram a cargo de Carlos Lupi. Todos os contratos foram assinados no segundo semestre, sendo que a maioria foi firmada entre novembro e dezembro. Lupi assumiu o ministério em 3 de abril.


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