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Sob Lupi, PDT amplia sua fatia em convênios
Após a posse do pedetista, 13 prefeituras fizeram parcerias com a pasta; valor total só é inferior ao dos acordos com o DEM
Com 327 prefeituras, PDT
tem o mesmo número de
convênios com o ministério
que o PMDB, que controla
legião de 1.308 prefeitos
JULIANNA SOFIA
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com 327 prefeituras no país,
o PDT passou a exibir a partir
de 2007 números vultosos nos
convênios firmados entre cidades comandadas pelo partido e
o Ministério do Trabalho. Com
a chegada do pedetista Carlos
Lupi à pasta, 13 prefeituras da
sigla assinaram parcerias com o
ministério e garantiram o repasse de R$ 9,4 milhões.
Os recursos reforçarão os cofres dos prefeitos neste ano, em
plena disputa eleitoral. Das 13
prefeituras pedetistas agraciadas por Lupi, 12 nunca tinham
tido acesso a verbas do Ministério do Trabalho anteriormente.
Em geral, são convênios relativos a programas de qualificação
e inserção de jovens no mercado de trabalho -Juventude Cidadã e ProJovem. Os recursos
desses projetos saem diretamente do Tesouro Nacional.
Levantamento feito pela Folha mostra que o DEM, partido
que administra 792 prefeituras,
das quais apenas cinco são conveniadas com o Trabalho, apresenta o maior valor de repasses.
São R$ 12,3 milhões, que refletem principalmente o peso de
contratos com as duas maiores
capitais: Rio e São Paulo. Cada
uma assinou com o ministério
convênios de R$ 5,8 milhões.
Em quantidade de novos
convênios, os números do PDT
só são inferiores aos do PT (16
prefeituras). O PMDB, com
uma legião de 1.308 prefeitos,
tem igual número de prefeituras conveniadas que o PDT: 13.
As prefeituras do PT são 383.
Essas duas siglas, porém, receberão valores abaixo dos repassados ao PDT do ministro Lupi:
o PT ficou com R$ 8,9 milhões e
o PMDB, com R$ 4,9 milhões.
O PSDB aparece com oito prefeituras (são 905 no país) atendidas com R$ 4 milhões.
Os convênios com prefeituras contratados sob a batuta de
Lupi somam R$ 45,4 milhões.
Atendem a 71 cidades e ainda
abrangem outros partidos
(PSB, PR, PTB, PRB e PC do B).
Há menos de um mês, ao se
defender das acusações de favorecimento ao PDT, Lupi
apresentou dados genéricos
nos quais seu partido aparecia
como um dos menos beneficiados na partilha de verbas.
Ficava em sétimo lugar, atrás
de prefeituras e Estados sob o
comando do PSDB (R$102 milhões), PT (R$ 96 milhões) e
PMDB (R$ 83 milhões), do
DEM (R$ 54 milhões), PSB (R$
52 milhões) e PP (R$ 16 milhões). O PDT registrava apenas R$ 14,4 milhões. Diante dos
números, Lula chegou a dizer
que Lupi tinha "o comportamento mais republicano".
Na ocasião, o ministro não
mencionou que a maior parte
dos recursos garantidos aos
prefeitos e governadores fora
autorizado por seu antecessor,
Luiz Marinho, atual ministro
da Previdência. Em entrevista
no final de fevereiro, Lupi limitou-se a dizer que "alguns" convênios eram de 2005 e 2006.
Lista com as datas de todos
os convênios revela que, dos
atuais R$ 487 milhões conveniados, 83% referem-se à gestão de Marinho. O ex-ministro
foi responsável por 111 do total
de 202 convênios firmados
com Estados e municípios.
Os 91 restantes -que equivalem a R$ 82 milhões- ficaram a
cargo de Carlos Lupi. Todos os
contratos foram assinados no
segundo semestre, sendo que a
maioria foi firmada entre novembro e dezembro. Lupi assumiu o ministério em 3 de abril.
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