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Valério é investigado no mensalão do DEM
Suspeita é que contratos da SMP&B com a Câmara do DF foram usados para financiar Arruda em 2006
MÁRCIO FALCÃO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O Ministério Público do Distrito Federal investiga a participação do empresário Marcos
Valério no suposto esquema de
arrecadação e pagamento de
propina conhecido como mensalão do DEM.
Valério é considerado o principal operador dos mensalões
do PT e do PSDB. Promotores
apuram se a empresa SMP&B,
de Valério, também participou
do esquema de desvio de recursos para compra de apoio político no Distrito Federal.
A suspeita é que contratos da
SMP&B com a Câmara Legislativa local também tiveram recursos desviados para financiar
a campanha do governador
afastado José Roberto Arruda
(sem partido) ao governo local,
em 2006.
Nos mensalões do PT e do
PSDB, a SMP&B é acusada pelo
Ministério Público Federal de
captar recursos de estatais e repassá-los a políticos.
O esquema no DF teria começado na gestão do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), o
mais recente adversário político do ex-democrata, e envolveria a empresa Notabilis Comunicação e Marketing.
Atualmente, a Notabilis está
no nome de Orlando Pontes, irmão de Omézio Pontes, ex-assessor de imprensa do governador e um dos investigados pelo
STJ (Superior Tribunal de Justiça) por suposta participação
no esquema de corrupção.
Entre 2003 e 2005, Omézio e
Orlando tinham como sócio
Marcos Sant'anna Arruda, filho
de José Roberto Arruda.
Os contratos da Câmara com
a SMP&B ultrapassaram os
R$ 50 milhões. As ordens bancárias dos pagamentos da Câmara à agência de Valério e extratos bancários da empresa
mostram que, entre 2003 e
2004, foram feitas pelo menos
14 transferências para a Notabilis, que somam R$ 408 mil.
Uma auditoria realizada pela
Câmara Legislativa apontou irregularidades no contrato da
Casa com a SMP&B. A licitação
teria sido direcionada. A auditoria conclui que há "indícios
veementes" de conluio entre a
SMP&B e a empresa Giacometti, derrotada na licitação.
Outro lado
O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse
que desconhecia a relação da
SMP&B com a Notabilis e que
não tinha conhecimento da investigação. Os advogados de
Arruda não retornaram as ligações. Marcos Arruda e Omézio
Pontes não foram localizados.
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