São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2010

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Valério é investigado no mensalão do DEM

Suspeita é que contratos da SMP&B com a Câmara do DF foram usados para financiar Arruda em 2006

MÁRCIO FALCÃO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O Ministério Público do Distrito Federal investiga a participação do empresário Marcos Valério no suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina conhecido como mensalão do DEM.
Valério é considerado o principal operador dos mensalões do PT e do PSDB. Promotores apuram se a empresa SMP&B, de Valério, também participou do esquema de desvio de recursos para compra de apoio político no Distrito Federal.
A suspeita é que contratos da SMP&B com a Câmara Legislativa local também tiveram recursos desviados para financiar a campanha do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido) ao governo local, em 2006.
Nos mensalões do PT e do PSDB, a SMP&B é acusada pelo Ministério Público Federal de captar recursos de estatais e repassá-los a políticos.
O esquema no DF teria começado na gestão do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), o mais recente adversário político do ex-democrata, e envolveria a empresa Notabilis Comunicação e Marketing.
Atualmente, a Notabilis está no nome de Orlando Pontes, irmão de Omézio Pontes, ex-assessor de imprensa do governador e um dos investigados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) por suposta participação no esquema de corrupção.
Entre 2003 e 2005, Omézio e Orlando tinham como sócio Marcos Sant'anna Arruda, filho de José Roberto Arruda.
Os contratos da Câmara com a SMP&B ultrapassaram os R$ 50 milhões. As ordens bancárias dos pagamentos da Câmara à agência de Valério e extratos bancários da empresa mostram que, entre 2003 e 2004, foram feitas pelo menos 14 transferências para a Notabilis, que somam R$ 408 mil.
Uma auditoria realizada pela Câmara Legislativa apontou irregularidades no contrato da Casa com a SMP&B. A licitação teria sido direcionada. A auditoria conclui que há "indícios veementes" de conluio entre a SMP&B e a empresa Giacometti, derrotada na licitação.

Outro lado
O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse que desconhecia a relação da SMP&B com a Notabilis e que não tinha conhecimento da investigação. Os advogados de Arruda não retornaram as ligações. Marcos Arruda e Omézio Pontes não foram localizados.


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