São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2010

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Mensalão do PT é citado em dicionário da FGV

Termo aparece em perfis de Lula, Dilma e Dirceu; publicação pretende mostrar história política brasileira

RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O mensalão ainda não virou verbete no novo "Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro" do CPDOC-FGV (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil), mas o termo que sintetiza a maior crise do governo Lula é novidade e citado diversas vezes nas biografias de personagens políticos da atualidade, inclusive na do presidente, em sete ocasiões.
Na nova edição, lançada sexta-feira passada com acesso gratuito na internet e aberta a colaborações, o mensalão aparece, por exemplo, 13 vezes no verbete do ex-ministro José Dirceu e duas no de sua sucessora e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
O episódio impacta e conecta a trajetória dos dois petistas: a queda de Dirceu da Casa Civil, causada pelo escândalo, resultou na entrada de Dilma no posto e na ascensão que culmina com sua pré-candidatura.
O "Escândalo do Mensalão" é ainda subtítulo de verbete, e a descrição do esquema ocupa cinco das 17 páginas destinadas ao ex-deputado Roberto Jefferson, detonador da crise.
Para o CPDOC, o mensalão não é considerado um conceito político por ausência de reflexão acadêmica sobre o tema. "Mas o termo está coberto em muitos verbetes: tanto o mensalão do PT quanto o do PSDB", explicou o diretor do centro, Celso Castro.
A terceira versão do dicionário (as duas primeiras, em papel, foram lançadas em 1983 e 2001) tem 7.553 verbetes, é digital e substitui os cinco volumes da edição anterior.
A essência é a mesma: a história política resumida de políticos, eventos e instituições. As fontes foram a imprensa, arquivos, internet e as bases de dados do CPDOC.
Entre os novatos estão, além de Dilma, a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o ex-responsável pela pasta Antonio Palocci (PT). O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), também estreiam na publicação.
Entre os pré-candidatos à sucessão de Lula, Ciro Gomes (PSB) tem a biografia mais extensa, com 25 páginas. José Serra (PSDB) tem 22 e Dilma, 7.
"O tamanho dos textos não quer dizer muito, embora haja bom senso: um deputado de um mandato não tem o mesmo espaço que Lula", diz Christiane Jalles, pesquisadora do centro.
O dicionário segue a tradição de grafar os nomes como recomendam as normas da língua portuguesa, o que faz, por exemplo, com que o nome do presidente Lula seja escrito como "Luís" em vez de "Luiz", como ele foi registrado.


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