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Mensalão do PT é citado em dicionário da FGV
Termo aparece em perfis de Lula, Dilma e Dirceu; publicação pretende mostrar história política brasileira
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O mensalão ainda não virou
verbete no novo "Dicionário
Histórico-Biográfico Brasileiro" do CPDOC-FGV (Centro de
Pesquisa e Documentação de
História Contemporânea do
Brasil), mas o termo que sintetiza a maior crise do governo
Lula é novidade e citado diversas vezes nas biografias de personagens políticos da atualidade, inclusive na do presidente,
em sete ocasiões.
Na nova edição, lançada sexta-feira passada com acesso
gratuito na internet e aberta a
colaborações, o mensalão aparece, por exemplo, 13 vezes no
verbete do ex-ministro José
Dirceu e duas no de sua sucessora e pré-candidata do PT à
Presidência, Dilma Rousseff.
O episódio impacta e conecta
a trajetória dos dois petistas: a
queda de Dirceu da Casa Civil,
causada pelo escândalo, resultou na entrada de Dilma no
posto e na ascensão que culmina com sua pré-candidatura.
O "Escândalo do Mensalão" é
ainda subtítulo de verbete, e a
descrição do esquema ocupa
cinco das 17 páginas destinadas
ao ex-deputado Roberto Jefferson, detonador da crise.
Para o CPDOC, o mensalão
não é considerado um conceito
político por ausência de reflexão acadêmica sobre o tema.
"Mas o termo está coberto em
muitos verbetes: tanto o mensalão do PT quanto o do PSDB",
explicou o diretor do centro,
Celso Castro.
A terceira versão do dicionário (as duas primeiras, em papel, foram lançadas em 1983 e
2001) tem 7.553 verbetes, é digital e substitui os cinco volumes da edição anterior.
A essência é a mesma: a história política resumida de políticos, eventos e instituições. As
fontes foram a imprensa, arquivos, internet e as bases de dados do CPDOC.
Entre os novatos estão, além
de Dilma, a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), o ministro
Guido Mantega (Fazenda) e o
ex-responsável pela pasta Antonio Palocci (PT). O prefeito
de São Paulo, Gilberto Kassab
(DEM), e o governador do Rio,
Sérgio Cabral (PMDB), também estreiam na publicação.
Entre os pré-candidatos à sucessão de Lula, Ciro Gomes
(PSB) tem a biografia mais extensa, com 25 páginas. José
Serra (PSDB) tem 22 e Dilma, 7.
"O tamanho dos textos não
quer dizer muito, embora haja
bom senso: um deputado de um
mandato não tem o mesmo espaço que Lula", diz Christiane
Jalles, pesquisadora do centro.
O dicionário segue a tradição
de grafar os nomes como recomendam as normas da língua
portuguesa, o que faz, por
exemplo, com que o nome do
presidente Lula seja escrito como "Luís" em vez de "Luiz", como ele foi registrado.
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