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Oposição de PV a Dilma é "equívoco", diz Juca
Para ministro da Cultura, candidatura de Marina contra petista vai gerar isolamento e será um retrocesso para o partido
Legenda pediu saída de Juca do governo por considerá-lo engajado na campanha de Dilma; "fala do ministro é ridícula", diz Alfredo Sirkis
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um momento de embate
com seu partido, o ministro da
Cultura, Juca Ferreira, afirmou
ontem que a candidatura de
Marina Silva (PV) à Presidência como oposição à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, é
um "equívoco histórico" e vai
funcionar como uma forma de
isolamento.
"Seria positivo que a candidatura do PV fizesse criticas às
insuficiências do atual governo
na área da sustentabilidade,
mas se constituir como candidatura de oposição, eu acho um
equivoco histórico, vai gerar
um isolamento, perda de densidade. Vai ser um retrocesso",
disse, no intervalo da 2ª Conferência Nacional de Cultura.
As divergências do ministro
com o PV foram potencializadas na semana passada, após
Ferreira ter solicitado uma licença de um ano. A saída foi
anunciada após a cúpula do
partido ter pedido que ele deixasse o cargo até o final do mês
por considerá-lo engajado na
candidatura de Dilma.
O ministro criticou ainda a
postura do partido nos últimos
anos. "O partido perdeu seus
referenciais políticos, está com
escoliose para a direita", disse.
O PV também foi criticado
por simpatizantes pela recente
aproximação da candidata com
o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, interpretada
como uma guinada neoliberal.
Diante do pedido de licença
de Juca, integrantes do PV irão
discutir a possibilidade de expulsá-lo. "É rugido de leão desdentado. Não há possibilidade.
Eu suspendi a minha filiação,
isso é um direito constitucional", disse o ministro.
Segundo Juca, seu partido
não está sendo democrático.
"Eles já definiram candidatura
nos Estados sem ter convenções, a Constituição Federal
não permite isso."
Coordenador da campanha
de Marina, o vereador Alfredo
Sirkis (PV-RJ) lembrou as
alianças de Dilma com PP e
PMDB para chamar de ridículas as declarações de Juca.
"É de uma cara de pau. Quem
está aliada à direita, ao banco,
ao agrobusiness é a Dilma. Marina está correndo sozinha,
com a cara e a coragem", reagiu
Sirkis.
Colaborou a Reportagem Local
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