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Governo afirma que substituiu 33 mil terceirizados
De acordo com o Ministério do Planejamento, elevação de despesas pode ser explicada pelo aumento do salário mínimo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Planejamento afirma que não existe contradição entre o discurso antiterceirização do governo e o aumento com as despesas de locação de mão-de-obra.
Segundo o governo, a substituição de terceirizados por concursados ocorre em funções típicas de Estado, como técnicos
do INSS (Instituto Nacional de
Seguridade Social), funcionários de agências reguladoras e
de institutos como Inpi (Instituto Nacional da Propriedade
Industrial) e Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia).
Nos últimos quatro anos, mais
de 33 mil trabalhadores terceirizados teriam sido substituídos por concursados na administração federal.
"Não existe contradição no
discurso do governo porque as
funções permanentes do Estado que eram exercidas por servidores terceirizados estão sendo substituídas por servidores
efetivos, em acordo até com
termo de ajuste de conduta
acertado com o Ministério Público do Trabalho", diz nota enviada pelo ministério.
A locação de mão-de-obra, de
acordo com a assessoria do ministro Paulo Bernardo, destina-se a funções de apoio. "As funções citadas (locação de mão-de-obra para limpeza, conservação, copa, ascensorista, etc.)
são terceirizadas e continuarão
terceirizadas", diz o ministério.
O crescimento na locação de
mão-de-obra teria relação com
as necessidades de pessoal de
apoio que surgiram com a criação de novos ministérios e secretarias especiais pela Presidência e com serviços para projetos específicos, caso de recenseadores que o IBGE contrata
para pesquisas de campo.
Salário mínimo
O Planejamento diz ainda
que o aumento nos gastos com
terceirizados deve ser comparado com o aumento do salário
mínimo, e não da inflação medida pelo IBGE. "Não se pode
utilizar IPCA [índice usado pelo IBGE] para ver o crescimento porque os contratos de locação de mão-de-obra têm por
base o salário mínimo. É o crescimento do salário mínimo
neste período que explica em
parte o crescimento dessa despesa", diz a nota.
O salário mínimo, durante o
primeiro governo de Lula, teve
crescimento real de 33% -bem
abaixo, portanto, do aumento
real de 75% na locação de mão-de-obra.
(FÁBIO ZANINI)
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