São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007

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Petrobras quer ajuda de gasoduto da AL na exportação de óleo

Projeto, que teria a construção iniciada em 2010, prevê o dobro da capacidade do duto que liga a Bolívia ao Brasil

Duto com capacidade para transportar 50 milhões de metros cúbicos de gás por dia conectaria a região aos campos de gás da Venezuela

DA BLOOMBERG

A estatal Petrobras pretende promover a criação de uma rede sul-americana de dutos para o transporte de gás natural para reduzir custos e aumentar exportações de combustíveis da região.
Sediada no Rio, a Petrobras estuda projeto que teria início com a ampliação dos dutos localizados na metade sul do continente, disse Ildo Sauer, diretor da área de gás da empresa.
Um duto com capacidade para transportar 50 milhões de metros cúbicos de gás por dia, o dobro da dimensão do Bolívia-Brasil, começaria a ser construído em 2010 e ligaria a região aos campos de gás da Venezuela.
Ao substituir os combustíveis à base de petróleo -utilizados pela indústria e pelos veículos automotores- por gás natural e ao utilizar um volume maior de biocombustíveis como o etanol, a Petrobras e outras empresas petrolíferas latino-americanas poderão reduzir gastos com combustíveis e aumentar exportações de petróleo bruto e seus derivados, que são mais caros, disse Sauer.
"Idealizamos a construção de um sistema integrado de dutos como os que existem na América do Norte e na Europa", disse ontem Sauer em seu escritório, na sede da Petrobras. "Ao ampliar nossa utilização regional de gás, poderemos aumentar nossas exportações de petróleo e substituir por um combustível mais limpo e barato as atuais fontes de combustível."
A principal linha-tronco da rede de dutos terá, no futuro, 5.000 km de extensão, de Guiria, na Venezuela, perto do campo de gás marítimo de Marescal Sucre, no Caribe, até a Argentina, disseram o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em comunicado de 18 de janeiro passado.
A renovação completa do sistema e sua expansão poderão custar cerca de US$ 20 bilhões, segundo Sauer. A primeira parte do duto Venezuela-Brasil, que ligaria Guiria ao Recife, poderá começar a operar transportando aproximadamente 17 milhões de metros cúbicos de gás por dia até 2014 ou 2015, de acordo com Sauer.
No Recife, em Pernambuco, o duto se ligaria ao sistema do nordeste brasileiro, que está prestes a ser conectado à principal rede de dutos do sul do país. Essa rede será capaz de fornecer gás venezuelano a Bolívia, Peru, Chile, Paraguai, Uruguai e Argentina, disse ele.
O gás de Argentina, Brasil, Peru e Bolívia também poderá ser enviado para diferentes localidades e a rede poderá ser utilizada para redirecionar o fornecimento quando as reservas de um país alcançarem um nível baixo, disse ele.
Os estudos sobre a obra estão longe de ficarem prontos, disse Sauer, e terão de levar em conta rios, montanhas, questões ambientais e a alta dos custos.
Nos últimos 12 meses, o custo da construção do duto dobrou, em um momento em que a expansão da rede de dutos do Brasil e a alta dos preços dos combustíveis aumentam a demanda junto a fornecedoras de equipamentos, construtoras e fabricantes de dutos, disse ele.


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