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Petrobras quer ajuda de gasoduto da AL na exportação de óleo
Projeto, que teria a construção iniciada em 2010, prevê o dobro da capacidade do duto que liga a Bolívia ao Brasil
Duto com capacidade para transportar 50 milhões de metros cúbicos de gás por dia conectaria a região aos campos de gás da Venezuela
DA BLOOMBERG
A estatal Petrobras pretende
promover a criação de uma rede sul-americana de dutos para
o transporte de gás natural para
reduzir custos e aumentar exportações de combustíveis da
região.
Sediada no Rio, a Petrobras
estuda projeto que teria início
com a ampliação dos dutos localizados na metade sul do continente, disse Ildo Sauer, diretor da área de gás da empresa.
Um duto com capacidade para transportar 50 milhões de
metros cúbicos de gás por dia, o
dobro da dimensão do Bolívia-Brasil, começaria a ser construído em 2010 e ligaria a região aos campos de gás da Venezuela.
Ao substituir os combustíveis à base de petróleo -utilizados pela indústria e pelos veículos automotores- por gás
natural e ao utilizar um volume
maior de biocombustíveis como o etanol, a Petrobras e outras empresas petrolíferas latino-americanas poderão reduzir gastos com combustíveis e
aumentar exportações de petróleo bruto e seus derivados,
que são mais caros, disse Sauer.
"Idealizamos a construção de
um sistema integrado de dutos
como os que existem na América do Norte e na Europa", disse
ontem Sauer em seu escritório,
na sede da Petrobras. "Ao ampliar nossa utilização regional
de gás, poderemos aumentar
nossas exportações de petróleo
e substituir por um combustível mais limpo e barato as
atuais fontes de combustível."
A principal linha-tronco da
rede de dutos terá, no futuro,
5.000 km de extensão, de Guiria, na Venezuela, perto do
campo de gás marítimo de Marescal Sucre, no Caribe, até a
Argentina, disseram o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva em comunicado
de 18 de janeiro passado.
A renovação completa do sistema e sua expansão poderão
custar cerca de US$ 20 bilhões,
segundo Sauer. A primeira parte do duto Venezuela-Brasil,
que ligaria Guiria ao Recife, poderá começar a operar transportando aproximadamente 17
milhões de metros cúbicos de
gás por dia até 2014 ou 2015, de
acordo com Sauer.
No Recife, em Pernambuco,
o duto se ligaria ao sistema do
nordeste brasileiro, que está
prestes a ser conectado à principal rede de dutos do sul do
país. Essa rede será capaz de
fornecer gás venezuelano a Bolívia, Peru, Chile, Paraguai,
Uruguai e Argentina, disse ele.
O gás de Argentina, Brasil,
Peru e Bolívia também poderá
ser enviado para diferentes localidades e a rede poderá ser
utilizada para redirecionar o
fornecimento quando as reservas de um país alcançarem um
nível baixo, disse ele.
Os estudos sobre a obra estão
longe de ficarem prontos, disse
Sauer, e terão de levar em conta
rios, montanhas, questões ambientais e a alta dos custos.
Nos últimos 12 meses, o custo da construção do duto dobrou, em um momento em que
a expansão da rede de dutos do
Brasil e a alta dos preços dos
combustíveis aumentam a demanda junto a fornecedoras de
equipamentos, construtoras e
fabricantes de dutos, disse ele.
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