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Vídeos de reunião
são anexados a
inquérito policial
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público de
São Paulo encaminhou à Polícia Civil, que anexou em inquérito policial que tramita
no fórum da Barra Funda, os
vídeos que registram as conferências realizadas em 2008
pela cúpula da Igreja Universal. O inquérito investiga
uma acusação de estelionato
supostamente praticado por
três pastores e passará a averiguar o conteúdo dos vídeos.
As gravações foram entregues por um ex-voluntário
da Universal, o ourives
Eduardo Cândido da Silva,
que as recebeu de um amigo
pastor que já deixou a igreja.
Em depoimento prestado
em 17 de março último ao
promotor Everton Luiz Zanella, do Gaeco (Grupo de
Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o
ourives contou ter tido um
prejuízo de R$ 120 mil em
operações financeiras realizadas por ele com pastores e
outros fiéis da igreja.
Segundo Silva, ele comprava de pastores bens anteriormente doados por fiéis. Ao
mesmo tempo, também vendia joias para os pastores. Ele
disse que, com o tempo, passou a receber diversos cheques sem fundos durante essas negociações de compra e
venda, daí seu prejuízo.
Outra testemunha ouvida
pelo Ministério Público no
contexto das investigações
sobre a Universal foi o empresário Edilson Cesário
Vieira. Por meio de uma ação
indenizatória protocolada
no Judiciário no último dia
22, pelo escritório de advocacia Marzagão, Amaral e Leal,
o empresário cobra
R$ 1,58 milhão da Universal.
Em depoimento prestado
à Polícia Civil, ele contou
que, "instigado por diversos
pastores", pediu empréstimos a outros fiéis no valor
total de R$ 4,3 milhões. O dinheiro, segundo ele, foi revertido para a igreja, com a
promessa de ser ressarcido
ao longo do tempo, o que acabou não ocorrendo. Para obter os empréstimos, ele emitia notas promissórias. Com
o tempo, as notas foram vencendo sem pagamento, e ele
passou a ser executado judicialmente pelos credores.
"A vítima [Vieira] se viu
numa situação muito ruim,
pois não tinha como pagar o
que tomou emprestado e estava sem dinheiro para fazer
outras doações", declarou
Vieira à polícia.
Em notas e declarações divulgadas desde 2009, quando o Ministério Público ofereceu denúncia contra 11 integrantes por suposta lavagem de dinheiro, a igreja nega as irregularidades, diz que
atua dentro da lei e que nenhum fiel é coagido ou obrigado a colaborar com dízimos ou bens. A igreja também cita ações judiciais em
que saiu vitoriosa, pois o Judiciário entendeu que as
doações não infringiam a lei.
Em entrevista concedida à
TV Record em 2009, o bispo
Edir Macedo disse que a igreja é alvo de ataques injustos e
que sai ilesa e ainda mais fortalecida a cada nova denúncia que enfrenta.
(RV)
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