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Painel
Auxiliar insubstituível
FHC está muito abatido com o
estado de saúde de Serjão, seu
melhor amigo. Além do motivo
afetivo, há um político. Como a
reeleição parece garantida, o ministro seria seu principal guerreiro na luta com PFL, PMDB e
PPB por espaço em 1999.
Momento crítico
FHC estava inconsolável anteontem de manhã. Na noite anterior, domingo, foi avisado de
que o estado de saúde de Serjão
era muito grave. Ele tinha só 4%
de capacidade pulmonar. Apesar do índice ter subido ontem
para 35%, o presidente continuava a demonstrar apreensão.
Segurou o quanto pode
Auxiliares de FHC, preocupados, já cogitavam há algum tempo substituir Serjão, incentivando-o a se licenciar para tratar da
saúde. Mas, somente após o susto de domingo à noite, o presidente decidiu dar a Juarez Quadros e a Luiz Carlos Mendonça
de Barros atribuições do ministro e amigo doente.
PSDB desorientado 1
Para a cúpula tucana, Serjão é
insubstituível porque não há
ninguém no PSDB que tenha a
excelente interlocução com FHC
e com o partido que ele tem.
Tasso e Covas são íntimos do
presidente, mas não como o ministro. E estarão em campanha.
PSDB desorientado 2
Serra tem ótima relação com
FHC, mas encontra resistência
em setores do partido. Pimenta
da Veiga, candidato a deputado
em Minas, eventualmente pode
vir a desempenhar parte desse
papel. Também se dá bem com o
presidente, mas não desfruta da
mesma intimidade que Serjão.
Outro lado
O secretário-executivo Pedro
Parente (Fazenda) nega ter derrubado José Roberto Mendonça
de Barros da Secretaria de Política Econômica: "Isso nunca existiu e admiro o trabalho dele".
Hoje, Barros está na Câmara de
Comércio Exterior, no Planalto.
Freio de arrumação
O Planalto reavalia a transferência imediata do casal canadense que sequestrou Abílio Diniz. Teme que a decisão reative o
lobby pela redução de penas dos
crimes hediondos. ACM já brecou uma tentativa no Senado.
Sentiu o golpe
Maluf entrou com ação na Justiça Eleitoral contra a propaganda de Francisco Rossi (PDT) que
mostra o pepebista, em 96, dizendo que a população nunca
deveria votar nele se Pitta fosse
um mau prefeito de São Paulo.
Mordomo errado
A Assessoria de Orçamento da
Câmara descobriu, na nota divulgada pelo Tesouro na semana
passada, que R$ 4,1 bi que eram
contados como dívida de Estados e municípios são de fato da
União. O estudo foi feito a pedido de Paulo Bernardo (PT-PR).
Culpa menor
Segundo a nota do governo de
terça passada, o Tesouro superestimou em R$ 305 mi o rombo
da Previdência. Em fevereiro, a
Fazenda culpou as contas previdenciárias, ao lado de Estados e
municípios, pelo déficit de 97.
Tá difícil
Presidente da Câmara, Michel
Temer está jogando pesado para
convencer os líderes governistas
a cassar Sérgio Naya. Inocêncio
(PFL), Geddel (PMDB) e Odelmo (PPB) precisam se empenhar mais para a articulação ter
sucesso. São precisos 257 votos.
Na mão dos governistas
Se os líderes de FHC se empenharem, Naya deverá ser cassado por cerca de 300 votos. Avalia-se ser necessário quórum de
450 deputados. A oposição deve
dar quase 100 votos. A base do
governo (PSDB, PFL, PMDB,
PPB e PTB), que tem cerca de
400, só precisa entrar com 157.
Vale tudo
Além de pedir que os deputados faltem à votação da sua cassação, Sérgio Naya está fazendo
apelos emocionais. Na frente de
dois deputados, ameaçou se suicidar se perder o mandato.
Visita à Folha
O presidente do BankBoston,
Geraldo Carbone, visitou ontem
a Folha, onde foi recebido em
almoço. Estava acompanhado
da assessora de imprensa, Sarah
Cristina Coelho.
TIROTEIO
Do presidente da Câmara, Michel Temer, sobre a votação da
cassação do mandato de Sérgio
Naya, marcada para hoje:
- Cumpri meu dever como
presidente da Casa. Pedi uma rápida apuração e encaminhei o
assunto para a Comissão de
Constituição e Justiça. Agora, a
decisão cabe ao plenário.
CONTRAPONTO
Sinceridade demais
Gilberto Mestrinho (AM) foi
um dos noves governadores
eleitos pelo PMDB, então na
oposição ao regime militar, nas
eleições de 82. Logo que assumiu, recebeu prefeitos do PDS
que queriam entrar no PMDB e
continuar a ser governo.
Um deles foi Francisco Amâncio, de Jupurá. Assim que entrou
no gabinete, Mestrinho cobrou:
- Como você fez isso comigo?
Só tive um voto na sua cidade?
- É verdade. E foi da minha
irmã, que disse que, se o voto
dela não aparecesse, ia pôr a boca no mundo. Mas isso passou.
O importante é que estou aqui
- explicou-se Amâncio.
Depois, foi a vez de Antonio
Matias, de Juruá.
- Você não me deu colher de
chá! Só tive três votos na sua cidade - cobrou Mestrinho.
- É governador. O problema
é que lá a gente faz a votação
com 12 dias de antecedência para mandar as urnas para Manaus
de barco. Quando a gente soube
que o sr. ia ganhar já era tarde.
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