São Paulo, quarta, 15 de abril de 1998

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SUCESSÃO
Ex-presidente quer ser candidato
Collor faz proposta a Lula, Brizola e Ciro

em Porto Alegre

O ex-presidente Fernando Collor de Mello disse ontem estar "inteiramente disponível" para conversar com líderes oposicionistas como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leonel Brizola (PDT) e Ciro Gomes (PPS), a fim de tentar barrar a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Estou inteiramente disponível para conversar com todas as forças políticas que entendam ser este o momento de uma união, acima de qualquer divergência, para que possamos retirar o país da situação de extremo perigo em que se encontra"', afirmou Collor.
Lula e Brizola, adversários derrotados por Collor em 1989, reagiram de forma diferente.
"Ele disse uma coisa óbvia. É exatamente isso que estamos fazendo, sem entrar no mérito de sua presença ou não (na oposição)", afirmou Brizola.
"O problema do Collor não é eleitoral. É de Justiça", declarou Lula. "Não acredito que ele faça parte das oposições no país. Ele devia resolver seus atos de delinquência antes de disputar novas eleições", disse Lula.
Em entrevista pelo telefone, de Miami (EUA), à rádio Guaíba, de Porto Alegre (RS), o ex-presidente disse que está retornando "definitivamente" ao Brasil esta semana.
Apesar de ter tido seus direitos políticos cassados por oito anos, em 1992, depois de sofrer um processo de impeachment, Collor declarou que será candidato.
Disse que sua campanha se voltará para os três "d": descalços, descamisados e desempregados.
Segundo o Collor, o desemprego "é alarmante" e agravou a situação social. Ele também criticou as privatizações, citando a venda da Light e da Vale do Rio Doce, "a jóia mais preciosa das estatais".
"É necessário que tudo isso seja revisto e repensado. Acho que o momento é de unir as forças para evitarmos que o Brasil seja entregue a mãos que não estão preparadas para geri-lo", disse.


Colaborou a Reportagem Local



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