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Naya tenta evitar votação de cassação
da Sucursal de Brasília
O deputado Sérgio Naya (sem
partido-MG) recorreu ontem ao
STF (Supremo Tribunal Federal)
para tentar evitar a votação do pedido de cassação de seu mandato,
marcada para hoje na Câmara.
O advogado de Naya, Daniel
Azevedo, pediu que o Supremo
determine à Câmara que obedeça
à ordem cronológica dos pedidos
de cassação. Com isso, a votação
do processo de Naya só entraria
em pauta depois de julgados Pedrinho Abrão (PTB-GO), outros
três deputados e uma suplente.
Até ontem à noite, o presidente
da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), estava decidido a
manter o julgamento, apesar de líderes partidários contarem com a
possibilidade de poucos deputados comparecerem à sessão.
O baixo quórum favorece a absolvição de Naya. Para cassá-lo são
necessários 257 votos dentre 513
deputados. Temer pretende iniciar
a votação do pedido de cassação
quando houver 440 deputados.
Os parlamentares consideram o
resultado de hoje imprevisível.
"Em ano eleitoral, a absolvição de
Naya será a condenação do parlamento", afirmou o deputado José
Genoino (PT-SP).
Naya tem telefonado para deputados, enviado correspondência
com sua defesa e conversado com
os mais próximos. Ele tem contado com a ajuda de uma tropa de
choque silenciosa. Seus aliados
procuram não se expor.
Deputados que pediram para
não ser identificados dizem que
muitos parlamentares devem favores a Naya -empréstimo de dinheiro e apartamentos, compra de
remédios e equipamentos no exterior- e estão sendo cobrados.
Naya é acusado de ferir o decoro
parlamentar ao fazer afirmações
de prática de falsidade ideológica.
Ele também é dono da construtora
Sersan, responsável pelo condomínio Palace 2, que desabou no
Rio. Um grupo de dez ex-moradores e parentes de vítimas do desabamento fez ontem uma manifestação pela cassação de Naya.
Cabos eleitorais, amigos e correligionários de Naya em Minas viajaram ontem a Brasília para tentar
pressionar o Congresso em favor
do deputado. Segundo o vereador
João Victor Mendonça (PPB), as
despesas da viagem serão pagas
por um amigo de Naya.
Colaborou a Agência
Folha, em Belo Horizonte
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