São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 2002

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PAINEL

Fio da navalha
Cálculos da cúpula do PMDB mostram que, se a convenção do partido fosse hoje, a coligação com o PSDB de José Serra seria aprovada por uma diferença de apenas 10%, margem que não é considerada segura. Qualquer contratempo que impeça a presença de convencionais de um Estado pode virar o jogo.

Xadrez estadual
As cúpulas de PSDB e PMDB trabalham para resolver prioritariamente os impasses regionais entre os partidos em quatro Estados: MT, PA, SE e SC. Sem eles, o apoio do partido a Serra dependerá de um esquema fortíssimo de mobilização.

Frio sulista
Casildo Maldaner, presidente do PMDB-SC, entregou uma carta ontem a Michel Temer, presidente do partido, dizendo que seu diretório é "mais um conflagrado", em razão do apoio dos tucanos catarinenses à candidatura de Esperidião Amin (PPB) ao governo.

Ecos de campanha
José Serra repetiu no programa de Jô Soares declarações feitas pelo marqueteiro Nizan Guanaes. Foi a senha para aliados de Lula, chamado de "Lula Mendonça" pelo tucano, o apelidarem de "José Guanaes".

Programa tucano
Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), prefeito de Vitória (ES), aceitou ontem assumir a coordenação do programa de governo da campanha de José Serra. Ele cuidará de temas sociais e administrativos, enquanto Gesner Oliveira ficará encarregado da área econômica.

Outro lado
Relatório da assessoria jurídica do Ministério da Saúde, baseado em parecer do TCU, afirma que não houve superfaturamento na contratação da empresa Fence, de contra-espionagem. Para o ministério, há problemas formais no contrato que podem ser sanados.

Sigilo banqueiro
A CPI do Banespa ouvirá amanhã representantes de instituições financeiras que tiveram lucro suspeito ao comprar ações do banco poucos meses antes da privatização. Mas nada será divulgado sobre os depoimentos e os depoentes -nem mesmo os nomes das instituições.

Pesos e medidas
Os cuidados da CPI do Banespa são "necessários para proteger a imagem e a honorabilidade" dos bancos e corretoras, diz um membro da comissão.

Pequena vingança
Às 16h30 de ontem, Orestes Quércia (PMDB) telefonou para José Sarney, que está nos Estados Unidos. Combinaram de contratar uma pesquisa eleitoral que inclua o nome do ex-presidente para a sucessão.

Agenda simbólica
A primeira audiência de Marco Aurélio (STF) na Presidência será concedida ao presidente e aos demais ministros do TST, às 10h. É uma homenagem ao seu tribunal de origem.

Intenção explícita
ACM apresentou sua defesa prévia em queixa-crime movida contra ele por Ricardo Sérgio, a quem acusou ter cobrado R$ 90 milhões de propina do empresário Carlos Jereissati na privatização das teles. O ex-senador diz que não quis caluniar, mas "instigar a investigação".

Mudança à vista
Marta Suplicy (PT) convidou o vereador Carlos Neder para a Secretaria do Abastecimento.

Cadáver insepulto
Anthony Garotinho (PSB-RJ) vai defender a reativação da Sudene, transformada em agência após o escândalo da Sudam. A proposta integra o programa de governo do presidenciável para o Nordeste, que será apresentado no sábado em Maceió.

TIROTEIO

De Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência, sobre o ex-diretor da Previ Humberto Eudes Diniz dizer que Aloizio Mercadante foi peça fundamental na participação do fundo no consórcio que comprou a Vale:
- Espero que se utilize, no caso do deputado Mercadante, dos mesmos critérios que foram utilizados contra mim e peçam uma CPI para investigá-lo.

CONTRAPONTO

Faz-de-conta

Na terça-feira da semana passada, o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, participou de um almoço em homenagem ao banqueiro Olavo Setubal no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Após o almoço, Serra ficou perto de um grupo de estudantes que casualmente visitava o museu.
Os estudantes aproveitaram para pedir autógrafos ao ex-ministro da Saúde.
Um dos garotos apontou para um colega, Tiago, de 13 anos, e disse ao presidenciável:
- Ministro, esse aqui é seu fã número um!
O candidato tucano logo se interessou. Sorrindo, perguntou:
- É mesmo?
Tiago foi sincero:
- Não sou, não, ministro.
O tucano, pego de surpresa, tentou argumentar:
- Não desmente seu amigo. Essa mentira é boa...



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