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Maioria ignora opinião
de bancos estrangeiros
OSCAR PILAGALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria dos entrevistados pelo Datafolha não tomou conhecimento das notícias de que bancos
estrangeiros, em parte devido à liderança de Lula nas pesquisas, recomendaram a investidores diminuir as aplicações no Brasil.
A pesquisa mostra que 59% ignoram a informação, veiculada
com destaque pelos jornais e pela
TV nas últimas semanas. A divulgação das análises dos bancos aumentou o nervosismo do mercado financeiro, com a queda da
Bolsa de Valores e a alta do dólar.
Para o mercado, José Serra, pré-candidato tucano, representa a
continuidade da atual política
econômica. Lula, pré-candidato
do PT, traria mudanças drásticas.
Somando-se aos que desconhecem o tema os que se acham mal
informados, a proporção dos que
passaram ao largo desse noticiário sobe a dois terços dos entrevistados (41% se dizem informados).
Apenas pouco mais de um
quinto (22%) acredita que a opinião dos bancos tem muita influência sobre o quadro político.
No final do mês passado e início
deste, cinco bancos estrangeiros
recomendaram a seus clientes reduzir o volume de investimentos
no Brasil. São eles: Merrill Lynch,
Morgan Stanley, ABN-Amro,
Santander e Goldman Sachs. Outras instituições mantiveram inalteradas suas avaliações.
Além das incertezas eleitorais,
razões econômicas justificam a
cautela dos investidores.
Os relatórios aos clientes, que
no início do ano eram considerados muito otimistas, passaram a
apontar a piora da expectativa em
relação ao desempenho do Brasil.
Entre outros indicadores, as análises se referem às exportações em
queda, aos juros elevados e ao
crescimento aquém do esperado.
A recomendação também teve
como pano de fundo a maior procura por investimentos seguros
no mundo todo. Nesse cenário,
diminuíram as aplicações em países emergentes como o Brasil.
A Merrill Lynch e o Morgan Stanley voltaram a recomendar a
compra de títulos brasileiros por
achar que ficaram subavaliados
com a queda dos preços que se seguiu à divulgação dos relatórios.
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