São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 2002

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Maioria ignora opinião de bancos estrangeiros

OSCAR PILAGALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos entrevistados pelo Datafolha não tomou conhecimento das notícias de que bancos estrangeiros, em parte devido à liderança de Lula nas pesquisas, recomendaram a investidores diminuir as aplicações no Brasil.
A pesquisa mostra que 59% ignoram a informação, veiculada com destaque pelos jornais e pela TV nas últimas semanas. A divulgação das análises dos bancos aumentou o nervosismo do mercado financeiro, com a queda da Bolsa de Valores e a alta do dólar.
Para o mercado, José Serra, pré-candidato tucano, representa a continuidade da atual política econômica. Lula, pré-candidato do PT, traria mudanças drásticas.
Somando-se aos que desconhecem o tema os que se acham mal informados, a proporção dos que passaram ao largo desse noticiário sobe a dois terços dos entrevistados (41% se dizem informados).
Apenas pouco mais de um quinto (22%) acredita que a opinião dos bancos tem muita influência sobre o quadro político.
No final do mês passado e início deste, cinco bancos estrangeiros recomendaram a seus clientes reduzir o volume de investimentos no Brasil. São eles: Merrill Lynch, Morgan Stanley, ABN-Amro, Santander e Goldman Sachs. Outras instituições mantiveram inalteradas suas avaliações.
Além das incertezas eleitorais, razões econômicas justificam a cautela dos investidores.
Os relatórios aos clientes, que no início do ano eram considerados muito otimistas, passaram a apontar a piora da expectativa em relação ao desempenho do Brasil. Entre outros indicadores, as análises se referem às exportações em queda, aos juros elevados e ao crescimento aquém do esperado.
A recomendação também teve como pano de fundo a maior procura por investimentos seguros no mundo todo. Nesse cenário, diminuíram as aplicações em países emergentes como o Brasil.
A Merrill Lynch e o Morgan Stanley voltaram a recomendar a compra de títulos brasileiros por achar que ficaram subavaliados com a queda dos preços que se seguiu à divulgação dos relatórios.


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