São Paulo, quarta-feira, 15 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Ministro da Fazenda precisa ser responsável, diz pré-candidato

PT espera ação governista contra a candidatura Lula

FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem que espera uma ofensiva do governo contra sua pré-candidatura.
"Faz parte do jogo. O governo vai vir com os seus argumentos, mas não tenho preocupação. Vai fazer o jogo dele e nós vamos fazer o nosso", declarou Lula em São Paulo, após participar de um seminário sobre geração de empregos, com sindicalistas.
Nos últimos dias, o petista tem sofrido ataques do círculo político de seu adversário José Serra, pré-candidato tucano, e também de integrantes da área econômica do governo, como o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e o ministro da Fazenda, Pedro Malan. Até o novo marqueteiro tucano, Nizan Guanaes, partiu para cima de Lula.
Reservadamente, petistas já se preparam para a movimentação governista. Anteontem, em reunião de sua Executiva, o partido concluiu que devem aumentar tentativas do governo de pregar em Lula o rótulo de "ameaça à estabilidade" e identificá-lo com o caos na Argentina.
Petistas também dizem estar preparados para a "fabricação de dossiês" pelo governo, comprometendo vitrines do partido como a prefeitura de São Paulo.
Lula, ontem, não quis responder a Nizan, que, em entrevista à Folha, chegou a chamá-lo de "clone" de Serra -referência a uma suposta inconsistência no discurso do petista. Em compensação, o presidenciável, apesar de contrariado em ter de tratar do tema, criticou Malan.
"Até o dia 31 de dezembro de 2002, o responsável pela política econômica desse país não é o PT, é o Malan. Ele que pare de jogar a culpa em cima dos outros e assuma sua responsabilidade. É preciso que [Malan" seja mais responsável", declarou.
Em resposta, em Brasília, Malan disse que "este governo não deixará de governar até o final do mandato". "Não precisamos receber recado de quem quer que seja neste sentido", reagiu.
O presidenciável reuniu-se ontem com representantes de seis centrais sindicais, que levaram a ele sugestões para o combate ao desemprego. As propostas serão utilizadas como subsídio ao programa geral de governo do PT.
Além da Central Única dos Trabalhadores, tradicional aliada do partido, esteve presente sua rival histórica, a Força Sindical.
Outro ex-desafeto dos petistas, o deputado Luiz Antônio Medeiros (PL-SP), que já presidiu a Força, discursou no evento dizendo que Lula é o candidato que vai "acabar com as mamatas".


Colaborou a Sucursal de Brasília



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