|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUMO ÀS ELEIÇÕES
Ministro da Fazenda precisa ser responsável, diz pré-candidato
PT espera ação governista contra a candidatura Lula
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem que
espera uma ofensiva do governo
contra sua pré-candidatura.
"Faz parte do jogo. O governo
vai vir com os seus argumentos,
mas não tenho preocupação. Vai
fazer o jogo dele e nós vamos fazer
o nosso", declarou Lula em São
Paulo, após participar de um seminário sobre geração de empregos, com sindicalistas.
Nos últimos dias, o petista tem
sofrido ataques do círculo político
de seu adversário José Serra, pré-candidato tucano, e também de
integrantes da área econômica do
governo, como o presidente do
Banco Central, Armínio Fraga, e o
ministro da Fazenda, Pedro Malan. Até o novo marqueteiro tucano, Nizan Guanaes, partiu para cima de Lula.
Reservadamente, petistas já se
preparam para a movimentação
governista. Anteontem, em reunião de sua Executiva, o partido
concluiu que devem aumentar
tentativas do governo de pregar
em Lula o rótulo de "ameaça à estabilidade" e identificá-lo com o
caos na Argentina.
Petistas também dizem estar
preparados para a "fabricação de
dossiês" pelo governo, comprometendo vitrines do partido como a prefeitura de São Paulo.
Lula, ontem, não quis responder a Nizan, que, em entrevista à
Folha, chegou a chamá-lo de "clone" de Serra -referência a uma
suposta inconsistência no discurso do petista. Em compensação, o
presidenciável, apesar de contrariado em ter de tratar do tema, criticou Malan.
"Até o dia 31 de dezembro de
2002, o responsável pela política
econômica desse país não é o PT,
é o Malan. Ele que pare de jogar a
culpa em cima dos outros e assuma sua responsabilidade. É preciso que [Malan" seja mais responsável", declarou.
Em resposta, em Brasília, Malan
disse que "este governo não deixará de governar até o final do
mandato". "Não precisamos receber recado de quem quer que seja
neste sentido", reagiu.
O presidenciável reuniu-se ontem com representantes de seis
centrais sindicais, que levaram a
ele sugestões para o combate ao
desemprego. As propostas serão
utilizadas como subsídio ao programa geral de governo do PT.
Além da Central Única dos Trabalhadores, tradicional aliada do
partido, esteve presente sua rival
histórica, a Força Sindical.
Outro ex-desafeto dos petistas,
o deputado Luiz Antônio Medeiros (PL-SP), que já presidiu a Força, discursou no evento dizendo
que Lula é o candidato que vai
"acabar com as mamatas".
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Planalto vai mediar disputa entre fundos de pensão e Opportunity Próximo Texto: Pesquisa da Vox Populi traz Lula líder com 42% Índice
|