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Empresário foi
conselheiro de
banco estatal
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O empresário espanhol naturalizado brasileiro Gregorio
Marin Preciado tem relação
com tucanos paulistas desde o
início dos anos 80, pelo menos.
Em 1983, com a posse de
Franco Montoro (então no
PMDB, e, depois, fundador do
PSDB) no governo de São Paulo, Gregorio Marin ganhou posição de destaque: foi nomeado
membro do Conselho de Administração do Banespa, então
banco estatal paulista.
Segundo a Folha apurou, a
nomeação de Gregorio Marin
foi realizada com apoio de José
Serra, então secretário do Planejamento de Montoro. O empresário é casado com Vicencia, que é prima de Serra.
Á época, Serra e o marido de
sua prima mantinham em sociedade um terreno no Morumbi, bairro nobre de São
Paulo. O terreno foi vendido
por ambos em 25 de abril de
1995. Em 15 de maio, o Banco
do Brasil recebeu uma resposta
de um cartório dizendo que até
aquela data o terreno estava
disponível para um eventual
arresto. O banco estatal tentava
recuperar na Justiça dívidas
não pagas de Gregorio Marin.
O economista Luiz Carlos
Bresser Pereira foi presidente
do Banespa no primeiro ano do
mandato de Franco Montoro.
Procurado ontem pela Folha,
disse não se lembrar de Gregorio Marin no Conselho de Administração do Banespa.
Informado de que o jornal tinha cópia dos balancetes do
Banespa, e de que o nome de
Gregorio Marin aparecia de 83
a 87 nos documentos, Bresser
disse: "Talvez ele pudesse não
participar muito das reuniões.
O Serra nunca me falou de nenhum primo dele, mas o Montoro pode ter indicado".
Segundo Bresser, o Conselho
de Administração "não fazia
muita coisa". Ele afirma que
"era uma honra para alguém
ser membro do conselho, pois
podia colocar no currículo e no
cartão de visitas". Os conselheiros ganhavam "uma pequena
"fee" [pagamento], mas nada
que fosse muito relevante", disse o ex-presidente do Banespa.
Serra
José Serra disse, por meio de
sua assessoria, que Gregorio
Marin "participou ativamente"
da campanha de Montoro ao
governo paulista, em 82. Por
essa razão, como se tratava de
um "empresário bem-sucedido", Montoro teria decidido indicá-lo para o conselho de uma
empresa estatal. O senador
apoiou a indicação.
Serra pediu que fosse registrado que ele "não consegue
perceber o interesse público"
nesse assunto.
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