DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Em depoimento dado em 1999, o governador do Pará, Almir Gabriel (PSDB), admitiu que deu ordem para desocupar a rodovia PA-150, mas negou que tenha orientado o uso de força policial contra os sem-terra. Foi na chamada "curva do S" dessa estrada que, em 17 de abril de 1996, 19 pessoas foram mortas em conflito com policiais militares.
Ontem, a assessoria de imprensa do governador informou que ele estava em viagem à Brasília e que não poderia falar sobre o depoimento de Mário Pantoja. Também não deu declarações o então comandante da PM, Fabiano Lopes.
Em 99, Gabriel declarou que cabia ao comando da PM planejar a forma como deveria ser feito a desobstrução da estrada em Carajás. Ele disse que, antes da ação, deveria ter havido uma negociação entre a PM e os sem-terra para evitar o confronto armado.
Na época, o governador foi intimado a depor pelo então juiz do caso, Ronaldo Vale, na Granja Icuí (residência oficial).
Como testemunha especial de defesa, pôde depor em foro especial. Gabriel respondeu às perguntas do juiz durante duas horas, das 11h50 às 13h50.
No mesmo dia e local também prestou depoimento o secretário Especial de Defesa Social, Paulo Sette Câmara -a autoridade responsável pela Polícia Militar.
Câmara poderá ser ouvido novamente nos próximos dias. Entretanto, os promotores descartaram ontem a hipótese de chamar Almir Gabriel novamente para depor sobre o caso. (MS)



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