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CRISE NA BASE
Mínimo esquenta disputa
PPS racha e discute fidelidade ao governo
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governista PPS está em crise.
Com atitudes cada vez mais de
oposição, a direção da legenda
prepara para os próximos dias
uma vasta artilharia contra a política econômica do governo Lula,
mas enfrenta rebelião em sua
bancada parlamentar, cuja atuação majoritária tem sido a de seguir as orientações do Planalto.
O presidente do partido, deputado Roberto Freire (PE), convocou uma reunião extraordinária
da Comissão Executiva para hoje,
quando pedirá satisfações à bancada. "Não tenho nenhuma simpatia pelo governo, mas já votei
com ele por decisão do partido. É
inadmissível não respeitar os órgãos de decisão", afirmou.
O deputado articula o grupo
oposicionista, que prepara um
documento contra a política econômica e um programa nacional
de rádio e TV em que explorará o
alto desemprego e o aumento real
(descontada a inflação) de só 1,2%
do salário mínimo.
A ala governista do PPS, composta pelo ministro Ciro Gomes
(Integração Nacional) e pela
maioria dos congressistas -são
22 deputados e dois senadores-,
também partiu para o ataque. O
líder na Câmara, Júlio Delgado
(MG), questionou Freire: "Quer
dizer que era oposicionista complacente [no governo FHC] e agora é governista crítico?".
A divergência esquentou com a
votação do salário mínimo de R$
260. A direção do PPS divulgou
nota criticando duramente o aumento. Freire anunciou que o
partido votaria contra, mas houve
11 votos a favor do governo e só
quatro a favor dos R$ 275.
Freire acusa Delgado de ignorar
a decisão partidária. "[A liderança] não tem autonomia para contrariar ou reorientar decisão do
partido", afirma o presidente do
PPS em texto para convocar a
reunião extraordinária.
Delgado nega ter desrespeitado
a direção. "O sentimento básico
da bancada é de responsabilidade
com o governo. Como líder, devo
expressar o desejo da maioria."
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