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FISIOLOGISMO
PMDB exige mais cargos, mas Lula quer esperar até a eleição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de enterrar a candidatura própria do partido e
de decidir não fazer aliança
com nenhum candidato a
presidente, a ala governista
do PMDB agora negocia com
o Palácio do Planalto a indicação do atual presidente da
Funasa (Fundação Nacional
da Saúde), Paulo Lustosa, para substituir Agenor Álvares
no Ministério da Saúde.
Lula já deixou de indicar
Lustosa para três cargos que
ele cobiçava: Ministério das
Comunicações, diretoria-geral da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e a
própria pasta da Saúde. Ontem, surgiu o nome de Sérgio
Machado, presidente da
Transpetro, subsidiária da
Petrobras, para o posto. Machado também é da ala governista do PMDB.
Lula resiste à pressão dos
governistas do PMDB pela
obtenção imediata de mais
cargos no governo. O presidente deseja fazer nomeações somente após as eleições. A ala governista, porém, pressiona fortemente,
sob o argumento de que matou a candidatura própria, o
que facilitaria a definição da
eleição presidencial no primeiro turno. Lula é hoje favorito nas pesquisas.
O argumento do Palácio do
Planalto para resistir a Lustosa são supostas ligações
dele com lobistas dos setores
de saúde e comunicações.
No entanto, os defensores
de seu nome dizem que, se
tais conexões são verdadeiras, ele não deveria ter ocupado a secretaria-executiva
da pasta das Comunicações
nem a Funasa.
Há divergências sobre
quem apadrinha Lustosa.
Uma ala da bancada da Câmara afirma que ele é ligado
ao presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e ao senador José Sarney (AP).
Amigos de Sarney e Renan
dizem que Lustosa é aliado
do ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira, deputado federal que desejaria
retomar o controle da bancada peemedebista na Câmara
e vitaminar eventual candidatura ao Senado no Ceará.
Quando o deputado federal Saraiva Felipe (PMDB-MG) deixou a Saúde no final
de março para disputar as
eleições, Lustosa foi indicado para substituí-lo. Lula resistiu. Preferiu o então secretário-executivo, Agenor Álvares. Deputados peemedebistas se queixam de que Álvares seria ligado a Saraiva e
a petistas. Ou seja, atenderia
interesses de um só deputado peemedebista e de membros de outro partido. Dizem
ainda que a pasta da Saúde
seria, de direito, do PMDB.
Os peemedebistas também querem mais cargos em
estatais. Lula se queixou do
"apetite" dos aliados. Diz que
precisa do PMDB, mas que
não aceitaria ultimato.
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