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Foco
Presidente declara que seu primeiro mandato só vai terminar "na teoria"
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) aproveitou
ontem o lançamento da pedra
fundamental do pólo petroquímico do Rio para, em tom
eleitoral e ante claque de
4.000 pessoas, dizer que seu
mandato expira só "teoricamente" no último dia do ano.
Mesmo sem assumir a candidatura à reeleição, o presidente falou dessa maneira a
uma platéia de trabalhadores
trazidos pela Prefeitura de
São Gonçalo (região metropolitana do Rio) ao Clube
Mauá em 110 ônibus: "Queria
dizer aos companheiros que,
durante este mandato, que
termina teoricamente dia 31
de dezembro, vocês acompanharam pela televisão, pelo
rádio, parece que tem um tipo
de gente que não quer que o
Brasil dê certo".
O clima de campanha também foi percebido na outra
visita do presidente ao Estado, em Nova Iguaçu, onde
participou da festa de formatura de 2.256 alunos do Mova
Brasil, programa de alfabetização de jovens e adultos que
tem apoio da Petrobras.
Os alunos de todo o Estado
e seus convidados foram levados a Nova Iguaçu em pelo
menos 150 ônibus. Receberam lanche, bonés e camisetas semelhantes nas cores
branca, azul e laranja, com
propaganda do Mova, da Petrobras e do governo federal.
A Petrobras diz que bancou o
evento porque se trata de um
projeto da estatal.
Em São Gonçalo, ovacionado por pessoas que, mesmo
mantidas a distância por seguranças, lhe jogavam camisas, bonés e pedaços de papel
para autógrafos, Lula não
perdeu a chance de atacar os
adversários, sem citar nomes.
"Tem um tipo de gente que
trabalha o tempo inteiro contra o Brasil, que fica torcendo
para que o governante não faça nada ou erre para justificar
seu discurso." Contra essas
pessoas, Lula disse ter algo
"que eles não esperavam",
que é "especial" e que teria sido dada a ele por Deus: sua
"relação direta com o povo".
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