São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2006

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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA

Aliança PSDB-PFL está indefinida em 17 Estados e no DF

Se prazo para acordo terminasse hoje, Alckmin teria palanque ideal, com apenas um candidato da chapa, em nove Estados

Coordenação da campanha esboça mapa de acordos, mas não consegue avançar; candidato tucano crê em "solução de última hora"


SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na segunda reunião desde que foi criado para balizar a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência, o chamado "conselho político", formado por lideranças do PFL e do PSDB, decidiu ontem que nomeará coordenadores regionais para fazer ajustes nas alianças estaduais. Caso o prazo terminasse hoje, as alianças só se fechariam nos moldes ideais (apenas um palanque) em um terço dos Estados. Em 17 Estados e no Distrito Federal, a situação está indefinida.
Na reunião de ontem, os presidentes do PSDB, Tasso Jereissati (CE), e do PFL, Jorge Bornhausen (SC), esboçaram um mapa das alianças estaduais entre as siglas, mas não conseguiram avançar em nenhuma negociação. O prazo final para a formalização das coligações, com a realização de convenções, é 30 de junho.
O dilema de pefelistas e tucanos é um cenário que hoje aponta para apenas nove Estados onde Alckmin não terá os dois partidos de sua chapa em lados opostos, independentemente de terem ou não candidatos próprios -PA, SP, PE, PB, MG, ES, RR, AC e AP.
É dado como certo hoje que em seis Estados os dois partidos deverão concorrer entre si. São eles: AL, AM, GO, RJ, RO e TO. Essa lista ainda poderá incluir o Maranhão e o Paraná, onde tucanos aguardam uma definição se o PDT terá ou não candidato ao governo estadual. Na Bahia, o governador Paulo Souto (PFL) estará com Alckmin, mas o PSDB local não apoiará o pefelista.
Bornhausen disse ontem que em outros oito Estados -CE, PI, RS, RN, MS, MT, SC e SE- e no Distrito Federal ainda há margem para acordos. No entanto, os diretórios regionais das siglas descartam possibilidade de acerto em pelo menos três deles: MT, RN e SE. "Vamos fazer um esforço para diminuir ao mínimo [os entraves], mas, se não conseguirmos vamos estabelecer critérios para distribuir os palanques", disse Bornhausen. "Onde não se pode somar, vamos construir soluções de campanha."
"Há dissidências de um lado e de outro", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), cujo Estado é um dos mais problemáticos já que nem PFL nem PSDB têm candidatos considerados favoritos para a disputa e tendem a apoiar outras siglas.
Questionado sobre o cenário complicado de alianças, Alckmin disse acreditar em soluções de última hora. "Política é sempre assim, as coisas acabam se resolvendo na última hora. Mas acho que vai reduzir."
A coordenação de campanha de Alckmin aguarda uma posição oficial do PPS. A expectativa é de apoio formal do partido.
Um dia após a divulgação de pesquisa Ibope apontando vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno, Alckmin reclamou que o petista faz "campanha descarada" ao inaugurar "pedra fundamental todos os dias".
Ontem, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) negou uma liminar solicitada pelo PSDB que, entre outras coisas, acusa o presidente Lula de fazer propaganda eleitoral antecipada.


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