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Congresso cria CPI dos Sanguessugas, mas com prazo curto
Com eleições à vista, parlamentares reduzem de 180 para 30 dias o período de investigações sobre fraudes no Orçamento
Fernando Gabeira (PV-RJ) deve ser o relator da CPI; Antonio Biscaia (PT-RJ) é o mais cotado para assumir a presidência da comissão
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de ficar 15 dias na gaveta, o requerimento de criação
da CPI dos Sanguessugas foi lido ontem em plenário. Os partidos têm até a próxima terça-feira para indicar os membros
da comissão. O objetivo é investigar a participação de parlamentares no desvio de dinheiro
do Orçamento para a compra
de ambulâncias superfaturada
por prefeituras. Estima-se que,
desde 2001, R$ 110 milhões tenham sido desviados.
Há um acordo para que a CPI
trabalhe por 30 dias, prorrogáveis por mais 30. O regimento
prevê que as CPIs funcionem
por um período de 180 dias, ou,
no máximo, por 360 dias, caso
prorrogadas. "A oposição percebe a dificuldade de funcionamento da CPI por causa das
eleições. Mas, se não houver
obstáculo, 30 dias são suficientes", disse o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM).
A leitura do requerimento foi
feita pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O documento lido ontem
possui a assinatura de 175 deputados (quatro a mais do que o
necessário) e 32 senadores (era
preciso 27). "Ninguém melhor
do que nós conhece como o Orçamento é feito. E também não
há ninguém melhor do que nós
para fazer nexos políticos", disse o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dos autores do
requerimento.
A CPI dos Sanguessugas será
mista e, pelo rodízio existente,
a presidência caberia a um deputado e a relatoria a um senador. A praxe é que a maior bancada de cada Casa ocupe esses
cargos. No caso do Senado é o
bloco formado pelo PSDB e pelo PFL, mas eles estão dispostos a ceder a vaga a Gabeira. No
caso da Câmara é o PMDB, mas
o deputado Raul Jungmann
(PPS-PE) propôs que a função
seja exercida pelo deputado
Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), procurador de Justiça.
Justiça
A Justiça Federal em Cuiabá
(MT) já aceitou 36 das 81 denúncias contra acusados de envolvimento no esquema dos
sanguessugas. A denúncia do
Ministério Público Federal incluiu, entre outros, nove ex-deputados e um ex-senador.
Ontem, o ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC), liberado
da prisão nesta semana por um
habeas corpus, foi interrogado
na Justiça Federal.
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