DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A menos de 24 horas da cerimônia em que Roberto Mangabeira Unger assumiria a Secretaria Especial de Planejamento Estratégico, o Planalto anunciou ontem à noite outro adiamento na posse do professor da Universidade Harvard, o terceiro desde sua indicação.
A posse já esteve marcada para o dia 11, passou para o dia 13 e por fim para hoje, dia 15. Depois de um dia cheio de incertezas, em que nem mesmo o vice-presidente, José Alencar, padrinho da indicação, sabia confirmar se haveria a posse hoje, o Planalto confirmou ontem, depois das 20h30, a cerimônia para a próxima terça-feira, dia 19.
Lula e auxiliares ainda bombardearam Mangabeira durante o dia para que ele desistisse, mas o filósofo não recuou.
Em abril, Lula aceitou a indicação, feita por José Alencar, como uma deferência ao vice, que não lhe pediu nada na formação do novo governo e que não tinha como recusar seu pedido. No entanto, causou mal-estar no Planalto uma ação que Mangabeira moveu contra a Brasil Telecom, controlada por fundos de pensão oficiais. A Comissão de Ética da Presidência vetou a existência de vínculos com a empresa. Desde então, Lula disse a auxiliares que não estava 100% acertada a posse. Ele também não esquece que o filósofo classificou seu governo de o mais corrupto da história. Mangabeira já se retratou.
Mangabeira disse à Folha que não cogitava desistir e que, de sua parte, havia acertado sua posse: "Esclareço apenas que não mais tenho relação alguma com qualquer empresa ou entidade privada, no Brasil ou em outra parte do mundo".


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