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PF indicia 101 pessoas na Xeque-Mate
Entre os indiciados está Vavá, irmão de Lula; Ministério Público, agora, decide se fará denúncia formal
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL A CAMPO GRANDE
A Polícia Federal informou
que indiciou 101 pessoas nas investigações sobre a máfia dos
caça-níqueis, alvo da Operação
Xeque-Mate, que atingiu o irmão mais velho do presidente
Lula, o aposentado Genival
Inácio da Silva, o Vavá.
No total, foram expedidos 85
mandados de prisão em 4 de junho, dia da operação. Até ontem 26 pessoas permaneciam
presas, entre elas o empresário
de jogos Nilton Cezar Servo,
acusado de ser um dos líderes
da máfia dos caça-níqueis.
Servo, segundo a PF, é sócio
do funcionário público Dario
Morelli Filho -compadre do
presidente Lula- em uma casa
de jogos ilegal em Ilhabela (SP).
Morelli nega. Ele foi solto por
volta das 19h30 de anteontem e
apareceu, por volta das 23h30,
ao lado da mulher, Soraia, e de
seu advogado, Milton Tralzi,
em um bar em Campo Grande
freqüentado por jornalistas.
Morelli está indiciado sob
suspeita de corrupção de policiais, formação de quadrilha,
contrabando de componentes
das máquinas de caça-níqueis e
falsidade ideológica.
Éldes Rodrigues, advogado
de Servo, diz que as casas de jogos de seu cliente funcionavam
com autorização judicial. Servo
também foi acusado de pagar
propina a Vavá em troca de
lobby em órgãos públicos e na
Justiça. Vavá foi indiciado sob
suspeita de tráfico de influência e exploração de prestígio.
Embora Lula diga que o irmão é ingênuo demais para ser
lobista, a PF entende que escutas telefônicas, nas quais Vavá
aparece pedindo dinheiro a
Servo, são o suficiente para
apontar crime, pois, segundo o
Código Penal, só o fato de pedir
dinheiro, mesmo que o lobby
não tenha tido o resultado desejado, já caracteriza crime.
Vavá admite ter pedido a Servo R$ 2.000, para pagar uma dívida, e nega ter atuado como lobista. Já a defesa de Servo afirma que ele emprestava dinheiro a Vavá, mas por causa de
"uma amizade de anos".
O relatório da PF foi encaminhado anteontem à Justiça Federal. O Ministério Público Federal deverá agora fazer a denúncia formal contra os acusados ou inocentá-los. À PF Vavá
disse que pediu a Lula que intercedesse na Vale do Rio Doce
a favor de um amigo chamado
Merivaldo Alexandre. Segundo
Vavá, Lula negou porque "não
admite esse tipo de coisa". A
Vale diz desconhecer o pedido.
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