DO ENVIADO A CAMPO GRANDE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Com a barba feita, usando uma camisa polo amarela e ao lado da mulher, Soraia, e de seu advogado, Milton Tralzi, o compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dario Morelli Filho, passou alguns minutos de sua primeira noite de liberdade após a Operação Xeque-Mate num bar pertencente a um ex-vereador do PT, em Campo Grande (MS), e freqüentado por jornalistas.
Morelli foi solto por volta das 19h30 de anteontem e apareceu no bar por volta das 23h30.
Ao ver seu advogado conversando numa mesa com jornalistas, Morelli se aproximou e, aparentando bom humor, disse que a partir de agora é "mais famoso que o Alemão", apelido de um participante do programa de entretenimento "Big Brother Brasil", da Rede Globo. Também reclamou, com ironia, que seu advogado "aparecia [na mídia] mais que ele [Morelli]".
Perguntado sobre as condições do presídio federal de Campo Grande (MS), onde ficou preso por dez dias, Morelli disse que gostaria de conhecer "quem inventou" o presídio, considerado um cárcere duro.
Os presos fizeram muitas críticas às regras de comportamento na penitenciária, como ser vedado ao preso olhar para o rosto dos guardas penitenciários, ter de seguir uma rotina quase militar e ter pouco tempo para o banho de sol.
Os jornalistas quiseram saber quando Morelli daria uma entrevista para falar sobre as investigações da Operação Xeque-Mate, mas ele desconversou e voltou para sua mesa, ainda sorrindo. Pouco minutos depois, os três foram embora, sem nada comer. Disseram ter ido visitar o dono do bar, que não estava. Morelli embarcou às 7h30 num vôo de Campo Grande para São Paulo. Segundo seu advogado, Morelli vai "descansar" e só depois pensará na hipótese de conceder uma entrevista à imprensa. (RV e HC)


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