São Paulo, Terça-feira, 15 de Junho de 1999
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""Comigo ele não avacalha", diz deputado

da Reportagem Local

da Sucursal de Brasília

"Em matéria de moral eu dou dedez a zero nele", disse Michel Temer, que assume hoje interinamente a Presidência, em entrevista para comentar a reação de Antonio Carlos Magalhães à sua nota.
"Ele (ACM) deveria cuidar do Ângelo Calmon de Sá", emendou o deputado, que não quis entrar em detalhes sobre a relação do senador com o ex-banqueiro baiano.
De acordo com Temer, ACM tem "uma tendência para avacalhar as pessoas". "Mas comigo ele não vai avacalhar. Não vou tolerar qualquer insinuação de ordem moral."
Segundo ele, os ataques do senador têm o objetivo de "colocar de joelhos" o Poder Judiciário. "O que ele (ACM) quer é impedir a Justiça para os pobres acabando com a Justiça do Trabalho."
Para Temer, "leviandade é a palavra mais delicada" para definir as insinuações sobre seu suposto interesse no porto de Santos.
Questionado sobre os motivos que levaram ACM a criticá-lo, o presidente da Câmara disse não saber "quais os problemas psicológicos e políticos do senador".
Temer insinuou ainda que ACM não tem competência para falar sobre a reforma do Judiciário. "Sou advogado e posso opinar sobre a reforma. Não sei se um médico pode dizer muita coisa sobre o assunto". ACM é formado em medicina. "Deveríamos discutir o conteúdo das reformas, e não coisas de beira de rio", completou.
Ao saber da entrevista de Temer, por volta das 19h, ACM voltou a reagir e o chamou de "avacalhado" e de ter "pose de mordomo de filme de terror".
"Não fui leviano. Citei fatos concretos: porto de Santos (Temer é contra a privatização do porto). Poderia citar outros e, certamente, não me faltará oportunidade de fazê-lo", disse o senador.
"Eu não poderia avacalhá-lo, porque avacalhado ele já é. Não me impressiona sua pose de mordomo de filme de terror", afirmou ACM. "Ele não ganha de 10 a 0 em questão moral de ninguém. Muito menos de mim, que sou homem honrado", disse.
E fez um desafio: "Se ele quiser testar o prestígio dele em São Paulo, faremos caminhada na avenida Paulista e no parque Ibirapuera para ele saber a diferença e se envergonhar".


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