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Parente e Malan defendem Martus Tavares e isolam Eduardo Jorge
DA SUCURSAL DO RIO
O chefe da Casa Civil da Presidência da República, Pedro Parente, e o ministro da Fazenda,
Pedro Malan, fizeram ontem veemente defesa do ministro do Planejamento, Martus Tavares, mas
deixaram claro que o ex-secretário-geral Eduardo Jorge Caldas
Pereira foi isolado pelo Palácio do
Planalto.
Martus Tavares é o mais recente
envolvido no escândalo das obras
superfaturadas do TRT de São
Paulo. Em conversas telefônicas
grampeadas do juiz Nicolau dos
Santos Neto, ele foi citado como
um dos responsáveis pela liberação de recursos para a construção
do tribunal.
""Eu acho inaceitável que se faça
qualquer ilação com relação à
probidade e honestidade do ministro Martus Tavares. Eu conheço o ministro há 15 anos. É um
funcionário público exemplar,
uma pessoa dedicada à causa pública. Portanto, estaremos sempre
juntos, sempre a seu lado, para
deixar muito claro que isto que
está acontecendo é inaceitável",
disse Parente, após participar de
um seminário sobre desafios da
globalização, na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Indagado se estendia a declaração de apoio a Eduardo Jorge, Pedro Parente foi lacônico: ""Eu fiz
uma declaração em relação ao ministro Martus Tavares, que é uma
pessoa que eu conheço há 15
anos".
Pedro Parente afirmou que a
determinação do presidente é de
que todos as denúncias de corrupção, no Executivo, Legislativo
ou Judiciário, sejam apuradas até
as últimas consequências.
Indagado se seu apoio incondicional a Martus Tavares não seria
contraditório com a orientação de
que todas as denúncias sejam investigadas, Parente disse que sua
declaração era um depoimento
pessoal. ""Estou dando minha opinião pessoal (...), não tem nada a
ver com a questão anterior".
Parente referiu-se ao ministro
do Planejamento como ""uma
pessoa que vem de baixo, honesta, simples, que subiu por seus
próprios méritos".
O ministro da Fazenda, Pedro
Malan, defendeu Martus Tavares
no começo da noite de ontem durante palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
"Quero aqui aproveitar a oportunidade para prestar uma homenagem a um exemplar servidor
público, meu colega de Ministério, Martus Tavares, que não merece o que estão fazendo com ele
neste momento", disse.
Malan disse ainda, ao final de
um longo discurso sobre as últimas estatísticas favoráveis da economia do país e as prioridades para o futuro, que Tavares "é uma
pessoa séria, responsável e que
merece o respeito e a admiração
de todos pelos serviços que já
prestou, presta e prestará ao
país".
Logo depois, em rápida entrevista, Malan não quis estender a
defesa de Tavares ao ex-secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge Caldas Pereira. "Eu falei aqui sobre o Martus
Tavares que, eu acho, está sendo
injustamente acusado", disse,
acrescentando que não tinha mais
nada a dizer sobre o assunto.
No discurso, Malan afirmou
que, para ele, o importante é "o
Brasil que trabalha, investe e produz".
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