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ELEIÇÕES 2002/CAMPANHA NA RUA
Candidato janta com empresários de entidades árabes e islâmicas em SP
Presidenciável petista critica preços administrados alinhados ao câmbio
Lula credita inflação a preços regulados
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula
da Silva, culpou os preços administrados pelo governo como os
principais responsáveis pelo aumento da inflação.
"A inflação cresceu, e não é uma
inflação de demanda. É a área que
o governo controla que causa o
aumento da inflação", disse.
Os preços administrados dependem de autorização do governo para reajuste, como no caso
das tarifas de energia elétrica.
"Não podemos viver em um
país em reais, com os preços administrados alinhados ao câmbio.
Quando o dólar aumenta, os preços aumentam. Só que quando o
dólar cai, os preços não diminuem", declarou o presidenciável
petista.
O IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor - Amplo), referência
para o sistema de metas de inflação do governo, ficou em 0,42%
em junho. A taxa é o dobro da de
maio -0,21%.
A inflação do primeiro semestre
do ano é de 2,94% -mais da metade do teto da meta estipulada
pelo Banco Central -5,5%.
Para os analistas, o principal
motivo do aumento da inflação é
a valorização do dólar nos últimos meses, principalmente devido aos efeitos nos combustíveis.
Na semana passada, o candidato do governo, José Serra (PSDB)
também criticou os aumentos.
"[Os aumentos] são abusivos,
porque a maior parte do gás consumido no Brasil é produzida no
país. Se o preço sobe muito lá fora,
não pode aumentar na mesma
proporção internamente", disse.
Os preços administrados têm ficado muito acima dos preços
competitivos. Em 2001, o preço de
mercado ficou em 6,5%. Já o administrado, em 10,5%.
O PT já declarou que tentará
uma fórmula negociada de rever
os contratos com as empresas de
energia elétrica, especialmente a
indexação das tarifas ao câmbio.
Lula participou anteontem de
jantar promovido por empresários de entidades árabes e islâmicas, no clube Sírio Libanês, em
São Paulo, para cerca de 150 pessoas.
O candidato atacou o ministro
da Fazenda, Pedro Malan. De
acordo com Lula, os fundamentos econômicos defendidos pelo
ministro estão subordinados aos
interesses especulativos.
Em uma referência à data do
primeiro turno das eleições, 6 de
outubro -dia do nascimento do
candidato-, Lula brincou com
os convidados e pediu como presente o voto de toda a audiência.
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