São Paulo, segunda-feira, 15 de julho de 2002

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ELEIÇÕES 2002/CAMPANHA NA RUA

  Candidato janta com empresários de entidades árabes e islâmicas em SP

  Presidenciável petista critica preços administrados alinhados ao câmbio

Lula credita inflação a preços regulados

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, culpou os preços administrados pelo governo como os principais responsáveis pelo aumento da inflação.
"A inflação cresceu, e não é uma inflação de demanda. É a área que o governo controla que causa o aumento da inflação", disse.
Os preços administrados dependem de autorização do governo para reajuste, como no caso das tarifas de energia elétrica.
"Não podemos viver em um país em reais, com os preços administrados alinhados ao câmbio. Quando o dólar aumenta, os preços aumentam. Só que quando o dólar cai, os preços não diminuem", declarou o presidenciável petista.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo), referência para o sistema de metas de inflação do governo, ficou em 0,42% em junho. A taxa é o dobro da de maio -0,21%.
A inflação do primeiro semestre do ano é de 2,94% -mais da metade do teto da meta estipulada pelo Banco Central -5,5%.
Para os analistas, o principal motivo do aumento da inflação é a valorização do dólar nos últimos meses, principalmente devido aos efeitos nos combustíveis.
Na semana passada, o candidato do governo, José Serra (PSDB) também criticou os aumentos. "[Os aumentos] são abusivos, porque a maior parte do gás consumido no Brasil é produzida no país. Se o preço sobe muito lá fora, não pode aumentar na mesma proporção internamente", disse.
Os preços administrados têm ficado muito acima dos preços competitivos. Em 2001, o preço de mercado ficou em 6,5%. Já o administrado, em 10,5%.
O PT já declarou que tentará uma fórmula negociada de rever os contratos com as empresas de energia elétrica, especialmente a indexação das tarifas ao câmbio.
Lula participou anteontem de jantar promovido por empresários de entidades árabes e islâmicas, no clube Sírio Libanês, em São Paulo, para cerca de 150 pessoas.
O candidato atacou o ministro da Fazenda, Pedro Malan. De acordo com Lula, os fundamentos econômicos defendidos pelo ministro estão subordinados aos interesses especulativos.
Em uma referência à data do primeiro turno das eleições, 6 de outubro -dia do nascimento do candidato-, Lula brincou com os convidados e pediu como presente o voto de toda a audiência.


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